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Análise: "O que acontece na eleição brasileira"

Postado às 05h18 | 19 Out 2022

Ney Lopes 

Uma coisa  é certa: o segundo turno do próximo dia 30 será grande grande teste para uma das maiores democracias do mundo.

A eleição depende de dois candidatos polarizadores, que representam visões totalmente diferentes para o Brasil.

O total de 32,7 milhões de eleitores não foram às urnas no primeiro turno.

Este número representa cerca de 20,9% do eleitorado de 2022 e é semelhante aos resultados de 2018.

A presença nas urnas desses eleitores poderá mudar o resultado final.

Discute-se a legitimidade das pesquisas e a matéria já está na pauta de regulamentação da Câmara Federal.

O presidente Artur Lira age com muito equilíbrio e competência no encaminhamento da matéria.

Manifesta a intenção apenas de uma regulação, nunca intervenção.

Está certíssimo.

Isto porque, realmente houve uma grande disparidade entre os números antes do primeiro turno, que favoreciam com larga margem o candidato Lula, o que não aconteceu.

O desempenho de Bolsonaro foi  muito melhor do que qualquer uma das pesquisas havia previsto.

Ele ficou apenas cinco pontos atrás de Lula. quando as pesquisas o colocavam atrás do sue principal rival entre  10 e 15 pontos

Nenhuma das pesquisas mais confiáveis previu uma corrida presidencial tão próxima.

Bolsonaro ganhou em São Paulo, o estado mais rico do Brasil.

Seu candidato na corrida para governador, Tarcísio Gomes Freitas, ex-ministro,  obteve uma vantagem de sete pontos sobre Fernando Haddad, ex-candidato a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) e ex-prefeito.

O presidente tem palanque único em 11 estados: contabiliza o apoio de governadores eleitos em nove e conta com palanque único em outros dois onde ambos os competidores são seus aliados.

O ex-presidente Lula saiu com o apoio de governadores eleitos em seis estados e conta com candidatos que lideram as pesquisas em outros três estados.

Em outros cinco a disputa de segundo turno tem tudo para ser bastante nacionalizada com candidatos fortemente alinhados a Lula e a Bolsonaro.

O partido conservador de Bolsonaro superou as eleições no Congresso, conquistando pelo menos mais sete cadeiras e a maioria, colocando em risco a vitória de Lula, que segue praticamente empatado tecnicamente com o presidente nas últimas pesquisas.

Os levantamentos sobre as principais preocupações do país concentram-se em temas como  economia, as questões sociais, incluindo a saúde pública, corrupção, crime e educação.

Surge nas últimas horas um impasse delicado, que é o fato das Forças Armadas, após terem recentemente dado demonstrações de inceretzas sobre as urnas eletronicas, negaram-se a apresentar relatório do que viram no sistema eleitoral do TSE, durante o primeiro turno.

A instituição militar, que goza de respeito da população, não pode guardar segredo do que viu, como participante oficial do grupo fiscalizador do TSE.

Espera-se que prevaleça o bom senso dos chefes militares, evitando que se forme, por antecipação, uma “bolha de dúvidas” sobre as urnas eletronicas no segundo turno.

Restando cerca de dez dias para a decisão final, o que acontece na eleição brasileira é que não há vencedor antecipado.

Lula, que sempre vem à frente das pesquisas, pode não chegar lá.

Bolsonaro pode surpreender, com votos que não estão sendo identificados ainda nas pesquisas.

Nada impossível, para quem olhe com isenção o quadro eleitoral.

 

 

 

 

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