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Análise: "O problema de Israel é Netanyahu"

Postado às 04h52 | 07 Fev 2024

Netanyahu enfrenta violenta pressão popular em Israel para deixar o poder. Os judeus querem a paz e Netanyahu é o obstáculo.

Ney Lopes

O primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu, é uma figura política singular na atualidade.

A sua característica é a capacidade de sobrevivência política. 

Ele assumiu o cargo e o poder pela vez primeira em 1996.

O médio oriente vive hoje cenário apocalíptico, com assassinatos, violação, guerra, fome e perturbação do comércio global.

A popularidade de Netanyahu caiu drasticamente, desde que começou seu sexto mandato como primeiro-ministro, há pouco mais de um ano.

Os seus esforços pela reforma judicial autoritária ameaçaram desencadear uma crise constitucional e dividiram o país, com meses de manifestações maciças.

Ao final, a Corte Suprema derrubou integralmente a reforma do judiciário proposta por Netanyahu

A cada dia aumenta pressão para a saída do primeiro ministro.

Mais de 40 ex-policiais de segurança nacional israelenses e líderes empresariais enviaram carta ao presidente e presidente do parlamento de Israel, exigindo que Benjamin Netanyahu, seja removido do cargo por representar o que eles dizem ser uma ameaça “existencial” para o país.

Os signatários da carta incluem quatro ex-diretores dos serviços de segurança externa e interna de Israel, dois ex-chefes das Forças de Defesa de Israel (IDF) e três ganhadores do Prêmio Nobel.

A carta critica a coalizão que Netanyahu reuniu para formar o governo mais direitista de todos os tempos em Israel, juntamente com seus esforços altamente controversos para reformar o judiciário de Israel que, segundo eles, levaram a lapsos de segurança que resultaram nos ataques de 7 de outubro, o dia mais mortal da história de Israel.

Netanyahu é acusado na carta, de ser o responsável pelo ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023, em razão de ter criado as   circunstâncias, que levaram ao brutal massacre de mais de 1.200 israelenses, ao ferimento de mais de 4.500 e ao sequestro de mais de 230 indivíduos, dos quais mais de 130 ainda estão detidos em cativeiro do Hamas.

"O sangue das vítimas está nas mãos de Netanyahu” diz o texto da carta.

Apenas 15% dos israelenses querem Netanyahu como primeiro-ministro.

No entanto, a sua principal preocupação é permanecer no poder a qualquer custo.

E isso é um problema.

O seu partido está cheio de bajuladores, cuja única virtude é a lealdade ao líder.

Os únicos partidos políticos dispostos a se juntar a um governo liderado por Netanyahu são a extrema direita e a ultra ortodoxos, já que Netanyahu pagará qualquer preço que exijam para ganhar e manter o poder.

Netanyahu se afasta do próprio presidente Biden, quando rejeita totalmente a possibilidade de dois estados, como forma de pacificação em Gaza.

Hoje, Israel enfrenta três problemas políticos:  o conflito israelense-palestino, o conflito árabe-israelense e as relações entre os movimentos religiosos judaicos.

Todavia, na verdade, o grande problema para o país, se concentra na permanência de Netanyahu no poder.

 

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