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Análise: "O “pior cego é aquele que não quer ver”."

Postado às 09h30 | 26 Mai 2020

Ney Lopes

Ao contrário da tão propalada “amizade” entre Bolsonaro e Trump, a Casa Branca anunciou a proibição da entrada nos Estados Unidos de estrangeiros, que tenham passado 14 dias no Brasil. De forma pouco atenciosa, Trump foi lacônico ao anunciar a medida: “Não quero que as pessoas venham aqui e infectem o nosso povo".

Enquanto isso, argentinos, paraguaios, uruguaios, chilenos e bolivianos podem ir aos EEUU, normalmente. Até o México, que Trump hostiliza e ameaça construir muro de separação, não foi atingido. Os mexicanos viajam para os Estados Unidos, sem problemas.

O fato mostra que o Brasil não merece consideração do governo Trump, que é um “comerciante”, sempre focado em “ganhar dinheiro”. Por tal razão, o governante americano montou estratégia para tirar vantagens do Brasil, que é um país gigante na América Latina e abre perspectivas de “negócios” vantajosos.

Além disso, Trump “usa” Bolsonaro para mostrar que não tem preconceitos contra latino-americanos, mas todo sabe que tem. Tudo isso acontece, com Trump no nível mais baixo de sua popularidade (aprovação 43.9% e rejeição 53.9%). O mais grave é que a imprensa norte-americana justifica a medida de Trump contra o Brasil, alegando que Bolsonaro foi o mais incompetente líder latino-americano, no combate ao Covid19, em razão da negação sistemática que faz à orientação da ciência, no combate ao vírus.

O isolacionismo brasileiro se acentua, com o alerta do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, de que a recuperação completa só será possível, através da “ciência”. Ele vai mais além, ao admitir que se não existirem critérios científicos, que orientem as flexibilizações do isolamento, aumentará o risco de uma segunda onda do vírus, com novas restrições impostas novamente.

A Coréia do Sul é exemplo. Lá não houve medidas rígidas de isolamento. Resultado: economia abriu, mas não há consumidores, diante de novos casos de contaminação.

A China abriu, conseguiu retomar a produção, mas não a demanda.

O “pior cego é aquele que não quer ver”. Infelizmente, é isso que está acontecendo com o Brasil!

 

 

 

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