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Análise: "O perdão de Biden ao seu filho"

Postado às 16h09 | 03 Dez 2024

Ney Lopes

O presidente Biden dos Estados Unidos perdoou Peach e Blossom, dois perus numa tradição anual iniciada no século passado, na época do dia de Ação de Graças.

Dias depois, usou o poder assegurado na Constituição de conceder indultos e perdões por crimes contra os Estados Unidos, tomando a decisão de perdoar o seu filho Hunter Biden, que ia ser sentenciado pelo crime de ter adquirido uma arma de fogo em 2018, por ter prestado falsas declarações sobre a sua dependência e a fuga ao fisco em 2017 e 2018.

Crença na justiça

Ao emitir o perdão, Biden disse que os americanos ainda deveriam acreditar no sistema de justiça.

Mas, no caso de seu filho, ele responsabilizou a “política suja” por ter “infectado o processo e levado a um erro judicial”.

Com essa afirmação Biden abre uma janela favorável ao argumento do presidente eleito Donald Trump, que diz ser igualmente vítima de infecções políticas nas acusações que responde na justiça.

Trump usou perdões para proteger vários assessores políticos e contatos durante seu primeiro mandato, incluindo o sogro de sua filha, que agora escolheu como embaixador na França

Os perdões presidências sempre geram controvérsias.

Gerald Ford perdoou o antecessor, Richard Nixon, pelo escândalo Watergate, o que lhe terá custado a eleição em 1976 para Jimmy Carter.

No último dia na Casa Branca, Bill Clinton foi o primeiro a perdoar um familiar, o meio-irmão Roger.

Nesse perdão estavam incluídas 140 pessoas, inclusive o bilionário Marc Rich, cuja mulher tinha feito contribuições para o Partido Democrata, na campanha de Hillary Clinton para o Senado e para a fundação Clinton, em mais de 1,5 milhões de dólares

Perdão de pai para filho

O único presidente que já obteve um perdão foi Richard Nixon, no caso do escândalo Watergate.

O presidente Barack Obama concedeu mais de 1.700 pedidos de comutação, mais do que todos os outros presidentes ao longo do meio século anterior.  

Agora, o debate nos Estados Unidos é sobre a intenção de Trump “perdoar a si mesmo “, por uma variedade de crimes que é acusado.

No caso específico do perdão de Biden ao seu filho, além das implicações políticas, há o aspecto humano a considerar, diante de sofrimento e tragédias já vividas pela família.

A filha de Biden morreu em um acidente de carro no Natal de 1972.

O acidente também tirou a vida da primeira esposa de Joe Biden, Neilia.

O filho Beau Biden, de 46 anos, morreu ao ser vítima de tumor cerebral. Era procurador-geral do estado de Delaware.

Além disso, os precedentes de perdões concedidos, por crimes mais graves, explicam a decisão do presidente Biden.

Compreendo, portanto, o gesto de misericórdia de um pai para com o seu filho.

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Hoje na história

1791 – É publicado na Inglaterra o “Britain’s Observer”, o primeiro jornal de domingo do mundo.

1810 – Decreto do rei Dom João cria no Rio de Janeiro a Academia Real Militar, atual Academia Militar das Agulhas Negras (Aman).

1888 – O inventor norte-americano George Eastman registra a câmera Kodak.

1915 – O Estado sulista da Geórgia (EUA) reconhece a organização racista Ku Klux Klan.

1984 – Morre John Rock, cientista norte-americano que desenvolveu a pílula anticoncepcional feminina.

 

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