Postado às 17h39 | 11 Jan 2025
Ney Lopes
Uma nova ordem mundial está à vista
A questão é se isso acontecerá nas mesas de negociação ou nos campos de batalha.”
As velhas alianças deterioraram-se – e as novas se consolidam.
A democracia enfrenta ameaças sem precedentes.
A China busca há algum tempo reformular o acordo entre as nações que melhor acomode seus interesses.
A Rússia levou o mundo para uma nova fase geopolítica com a invasão da Ucrânia.
A partir de 20 de janeiro, dia da tomada de posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, o mundo terá de assumir que a grande potência que construiu a ordem atual também irá querer uma ordem diferente.
2025 tem potencial para mudanças extraordinárias.
O fim do sonho do multilateralismo – a construção de normas e instituições internacionais que regulam as relações globais – é talvez o prisma chave para a compreensão do futuro do mundo.
O regresso de Trump ao poder promete uma aceleração desta tendência.
Já em seu primeiro mandato, empreendeu a retirada dos Estados Unidos de importantes acordos e instituições.
Hoje ele parece determinado a aprofundar essa linha, determinado a dar prioridade aos quadros de relações bilaterais em que a força tem precedência sobre as normas partilhadas.
Torna-se muito difícil resolver pacificamente os problemas globais, ou resolver conflitos bilaterais, sem instituições.
A alternativa é o confronto geopolítico e, em última análise, a força bruta.
Os conflitos armados não são o único problema sério. No caso das alterações climáticas, uma crise terrível que afeta o planeta como um todo.
O próximo ano lança uma sombra perturbadora.
É evidente que a Rússia e outros regimes tentam enfraquecer a democracia noutros lugares. E não se pode esperar que Washington faça esforços para defendê-la.
A grande transformação das relações internacionais se acelerará e trará turbulências.
Aguardemos!