Postado às 08h06 | 08 Nov 2024
Ney Lopes
Numa visão geopolítica global, o grande derrotado na eleição de 2024 vem sendo a posição ideológica de “centro”. Os extremos – direita e esquerda – levam a melhor. A crise com que o mundo se depara é de tamanha proporção, que somente prospera a mensagem demagógica, radical, populista, que promete o paraíso em curto prazo.
Dedo em riste
No momento eleitoral, criou-se um clima de histeria coletiva, no qual as posições exacerbadas, sem começo, meio e fim, prevalecem diante da racionalidade e do bom senso. Certas contradições saltam aos olhos dos analistas. No Brasil, os bolsonaristas verdadeiros chamam o presidente Lula de “quatro dedos” e o maior corrupto da política brasileira. Esses ativistas não perdoam aqueles, que em nome da governabilidade, buscam o diálogo com o governo. Qualquer aproximação, de dedo em riste chamam de “vermelhinhos”, traidores de Bolsonaro.
Contradição
Entretanto, são esses mesmos bolsonaristas, que idolatram Donald Trump e o apoiam, mesmo sabendo que ele respondeu dois processos de impeachment, quatro indiciamentos, uma condenação criminal, dissidências republicanas, sonegação de impostos, assédios sexuais, estupro, a repulsa na mídia e comparações com Hitler. Claramente, “dois pesos e duas medidas”.
No plano cientifico das análises sociais, sabe-se que a chamada “sociologia humanística” foge de abstrações e analisa o mundo como ele é. Zygmunt Bauman, polonês, radicado na Inglaterra desde 1971, já falecido, tem estudos primorosos nessa linha, com o apoio dos sociólogos Peter Berger, Thomas Luckmann, John O'Neill e outros.
Liberalismo e comunismo
Bauman considera o melhor na história do liberalismo e do socialismo, afirmando. “Eles sempre convergem. Há sempre essa conexão entre os dois. Tudo se reduz à questão muito simples, de que existem dois valores igualmente indispensáveis para uma vida humana decente e digna: liberdade e segurança. Não se pode ter um sem que se tenha o outro. Qualquer que seja a perspectiva da qual se parta, chega-se sempre à mesma questão, de que, ou liberdade e segurança são obtidas juntas, ou não serão obtidas de modo algum. Esse é o ponto de encontro entre o socialismo e liberalismo”.
Liberalismo social
O filósofo inglês John Stuart Mill (1806-1873), o grande precursor do liberalismo social, defendeu a repartição justa da produção na sociedade; eliminação dos privilégios de nascimento e a defesa do espírito comunitário, ao contrário do individualismo. Nota-se que a “sociologia humanista” corresponde a posição ideológica do “centro”, considerando a realidade social diferente da ficção totalitária e radical, que separa pessoas e cria clima de tensão permanente.
Condição humana
Espera-se do cenário político global futuro, que o “centro” inspire as posições ideológicas das grandes decisões. Somente assim estará preservada a condição humana, elemento fundamental para o progresso harmônico e estável da humanidade.
Editorial do Estado de São Paulo –“Considerando que Trump não pode concorrer a outro mandato e que daqui a dois anos haverá novas eleições, para a renovação de parte do Congresso e de governos estaduais, ele terá esse curtíssimo período para mostrar serviço e entregar a prometida “era de ouro da América”. Do contrário, será apenas um “pato manco” falastrão”
Black Friday – Neste ano está marcada para o dia 29 de novembro.
Em 24 horas - Trump criticou as dezenas de bilhões de dólares gastos pelos EUA para apoiar a Ucrânia em sua guerra com a Rússia - e prometeu acabar com o conflito "dentro de 24 horas" por meio de um acordo negociado. Ele não disse o que acha que cada lado deveria abrir mão. Os democratas dizem que a medida encorajaria o presidente Vladimir Putin.
Quem paga conta - A intenção expressa do presidente-eleito é nomear Musk como czar da comissão de eficiência governativa, com a missão de cortar despesas e reduzir “gorduras. O empresário indicou planos para cortar dois biliões de dólares do orçamento federal dos pagamentos da Segurança Social. Quem pagará a conta serão assalariados, aposentados e pensionistas.