Postado às 09h00 | 05 Nov 2020
Ney Lopes
A democracia norte-americana, a principal potência mundial, enfrenta um de seus momentos mais importantes, desde a Segunda Guerra Mundial. A tensa apuração das últimas eleições mantém em suspenso uma sociedade muito dividida e o mundo inteiro.
A eleição parece que vai se tornar o maior teste em décadas para a solidez dos equilíbrios institucionais norte-americanos, cada vez mais questionados.
O que explicaria esse fenômeno?
A complexidade do sistema de votação americano permite, por exemplo, que um candidato vença as eleições presidenciais mesmo sem ter sido escolhido pela maioria dos cidadãos que votaram. Trump foi presidente dessa forma. Em 2016, Hillary Clinton obteve a maioria dos votos populares.
O republicano obteve 46,1% dos votos, mas 304 grandes eleitores. A candidata democrata conseguiu 48,2% dos votos, mas apenas 227 grandes eleitores. O mesmo aconteceu em 2000, quando Al Gore perdeu a eleição para George W. Bush, mesmo sendo vitorioso no voto popular.
Na época, o democrata conquistou 48,4% dos votos, mas 266 grandes eleitores, enquanto o republicano ficou com 47,9% dos votos e 271 grandes eleitores. Em 2020, as democracias liberais desejam uma vitória de Biden; os regimes autoritários, os partidários do Brexit, o Israel de Netanyahu e os nacional-populistas de todo o mundo, desejam que Trump seja o vencedor.
O desafio das eleições americanas é que os Estados Unidos e o Ocidente tenham um desenlace à altura das esperanças de liberdade, distante de radicalismos.
A Paz e o diálogo são as aspirações universais.