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Análise: "O covid de Trump e mudanças na campanha"

Postado às 17h30 | 02 Out 2020

Ney Lopes

Donald Trump, 74 anos e sua esposa Melania estão com “covid 19”, em quarentena. Na história americana, nenhum presidente candidato à reeleição enfrentou problema de saúde tão grave na reta final da campanha. Trump teve contato com dezenas de pessoas, dias antes de testar positivo.

A 25ª emenda da Constituição poderá forçá-lo a ceder o poder ao vice-presidente. Essa possibilidade já ocorreu duas vezes.

A primeira, em 1985, quando o presidente republicano Ronald Reagan foi submetido a anestesia geral numa operação.

O vice George H.W. Bush serviu como presidente interino, por oito horas. Em 2002 e 2007, quando W. Bush era presidente, seu vice, Dick Cheney, ocupou o poder, enquanto o presidente realizava exame sob anestesia.

No caso de Trump, ele poderá informar, querendo, ao Senado e a Câmara dos Deputados, que não pode cumprir os deveres de seu mandato e transfere os poderes para o vice-presidente. A maioria das pesquisas indica Trump atrás de Biden, com diferença de 8,2.

O New York Times mostra Biden liderando Estados decisivos onde Trump ganhou em 2016. Médicos afirmam que, na faixa etária de Trump, o índice de sobrevivência é de 96%, mas a obesidade e a hipertensão aumentam o risco.

Apesar dos 200.000 mortos e mais de sete milhões de casos confirmados, o presidente manteve eventos e comícios em que admiradores se aglomeravam para cumprimentá-lo. Trump não usava máscaras; O segundo debate entre os presidenciáveis está agendado para 15 de outubro e ainda não se sabe se vai ocorrer.

Faltando 33 dias para as eleições presidenciais, e num momento crucial da campanha, Trump vê-se obrigado a ficar em isolamento, não se sabendo durante quanto tempo. Analistas acreditam que a evolução da doença terá um peso relevante no tamanho do impacto eleitoral.

Se ele tiver um quadro assintomático, o impacto é mínimo. Se houver um agravamento e for necessária a hospitalização, como foi com Boris Johnson no Reino Unido - que ganhou popularidade quando esteve hospitalizado -, o impacto é ainda imprevisível.

Conclui-se, que “fatos novos” poderão ocorrer na campanha americana.

 

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