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Análise: "Novo ministro; nova crise"

Postado às 05h29 | 16 Mar 2021

Ney Lopes

O pais tem o seu quarto ministro da Saúde. Agora, o médico cardiologista Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia. O escolhido tem curriculum respeitável. Mas, a sua indicação cria seríssima crise política. É que os novos “apoiadores” do presidente no Congresso (centrão) puxaram a corda da mudança do general Pazuello.

O presidente foi convencido de encontrar uma alternativa de mudança, mesmo que acomodasse o então ministro da saúde em outra posição no governo. Bolsonaro aceitou.  O nome sugerido foi da médica Ludhmila Hajjar, de inegável qualificação para o cargo.

Chamada à Brasília o convite foi feito, porém numa reunião de três horas, em que a indicada sentiu-se constrangida pela presença do ministro Pazuello, a quem iria substituir, e curiosamente o filho do presidente senador Flávio Bolsonaro. Nessa ocasião, pelos relatos da imprensa, a médica paulista percebeu claramente que não seria a ministra da saúde para definir política de combate a pandemia.

O ministro continuaria a ser o presidente, o seu filho e o titular que saia, com a condição de que nada mudasse na sua orientação à frente do Ministério.

O resultado é que dra. Ludhmila Hajjar não aceitou o convite. Independente do acerto ou não da posição assumida pelo presidente, o fato causou tumulto em sua base no Congresso.

No momento mais dramático de seu governo, volta a se isolar.

O “Estado” publica que um influente político do Centrão resume: “Bolsonaro quis escolher um nome sozinho. Não tem problema. Mas terá que acertar na seleção do seu quarto ministro da Saúde porque, caso seja necessário fazer uma nova troca, o País não vai parar para discutir quem será o quinto, mas sim o próximo presidente da República”.

O “recado” está dado, de ambos os lados. Nessa gangorra, o país caminha, enfrentando o drama de 279.286 mortes, em decorrência da pandemia, o que representa 10.5% de todas as mortes no mundo, quando o país concentra 3% da população mundial.

Mais uma vez, estamos nas mãos de Deus!

 

 

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