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Análise: "Mortes e mistérios em torno de Putin"

Postado às 06h14 | 22 Ago 2020

Ney Lopes

Alexei Navalni, líder da oposição a Putin, permanece em coma na Sibéria.

Ele foi internado, após beber chá supostamente envenenado. Não é o primeiro caso de oponentes de Putin vítimas de atentados.

A jornalista Anna Politkovskaya, 48 anos, foi morta, em Moscou, em outubro de 2006, o dia do aniversário de Putin. Era crítica da guerra na Chechênia e do presidente. Denunciou vários crimes de guerra cometidos pelo Exército e o próprio governo.

Em novembro de 2006, Alexander Litvinenko, o antigo agente dos serviços secretos russos, que se tornou um crítico de Putin, morreu envenenado com polónio 210. A substância radioativa foi colocada no seu chá. Litvinenko, que tinha ligações com os serviços secretos britânicos estava investigando a morte da jornalista Politkovskaya.

Outra vítima em 2013, Boris Berezovsky, 67 anos,  faleceu enforcado na sua casa, no condado de Berkshire. Era um oligarca russo, crítico de Putin. 

Em 27 de fevereiro de 2015, Boris Nemtsov, 55 anos, era considerado o líder da oposição russa. Terminou com morte trágica, a tiros, quando atravessava uma ponte perto do Kremlin. Horas antes havia participado dos protestos contra a guerra na Ucrânia. Ele chegou a ser apontado como eventual sucessor de Ieltsin, mas o cargo acabaria nas mãos de Putin.

Sergei Skripal, espião russo que se tornou agente duplo para o Reino Unido, teve morte por envenenamento, juntamente com a sua filha, no parque Salisburry, no Reino Unido. Agente russo, que residia na Inglaterra, colocou veneno num frasco de perfume usado pelos dois. O ataque contra Skripal levou o Reino Unido a expulsar mais de 150 diplomatas russos.

As divisões internas são comuns na história do socialismo soviético.

Trotsky, um dos líderes da revolução russa de 1917, divergia de Stalin sobre rumos da União Soviética. Foi expulso do país e passou a residir no México. Sofreu  atentados e perseguição até os 80 anos, quando foi golpeado por espião soviético, com uma picareta de alpinismo.

Até hoje, continua a repetição desses episódios estranhos, em torno de Putin.

Mesmo assim, ele não dá explicações convincentes. Silencia.

 

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