Postado às 06h16 | 05 Nov 2023
Ney Lopes
O grupo xiita libanês Hezbollah é conhecido como o “monstro ao norte” de Israel – é um temível inimigo militar apoiado pelo Irã, que poderá ter até 100 mil combatentes ativos, armados até os dentes com uma vasta variedade de armamento.
Essa milícia é dez vezes mais poderosa do que o Hamas e Israel juntos.
O Hezbollah, ou o ‘Partido de Deus’ em árabe, nos últimos anos tem sido uma força poderosa no Médio Oriente, com um arsenal de guerra em mãos e militares qualificados, que representam uma ameaça permanente para Israel.
O Hezbollah surgiu na década de 1980 como resposta à invasão do Líbano por Israel. Inicialmente era um grupo grande, mas informal de muçulmanos xiitas do Líbano, estimulados pela Revolução Islâmica do Irã.
Teerã viu potencial para transformar o grupo rebelde num aliado temível e passou a instrui-lo, treinar e financiar.
A posição do Hezbollah poderá ter um efeito nas operações de Israel em Gaza. É a única coisa que poderia possivelmente atrasar o avanço de Israel.
Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, anunciou neste final de semana, que o grupo já está envolvido no chamado “eixo de resistência” contra Israel.
Hassan Nasrallah emitiu um aviso a Israel e aos seus aliados, especialmente os Estados Unidos, dizendo que o lançamento de um ataque preventivo será um “erro grave”.
O Hezbollah tem ao seu dispor um impressionante arsenal: além de uma variedade de armas pequenas e centenas de milhares de foguetes, possui ainda uma gama de sistemas antitanque e antiaéreos, milhares de drones e dezenas de tanques e veículos blindados.
Tal como o Hamas, possui uma extensa rede de túneis ao longo da fronteira com Israel, que serve como um ativo estratégico para movimentos clandestinos, armazenamento e ataques surpresa.
Além dos seus impressionantes arsenais de foguetes e mísseis, o Hezbollah está igualmente bem equipado para defesa aérea: há uma variedade de armamento antiaéreo, desde sistemas de defesa aérea portáteis e metralhadoras antiaéreas e até baterias de mísseis antiaéreos dedicadas.
A expansão da guerra para o resto da região vai depender do que aconteça na Faixa de Gaza, onde Israel ataca o Hamas.
Em outras palavras, se Israel não recuar, o Hezbollah entra para valer no conflito, em favor dos palestinos.
Não há mais “meias palavras”.
O risco de uma guerra em grandes proporções aumenta dia a dia no Oriente Médio, sobretudo se potencias como Estados Unidos e outras passarem a apoiar ostensivamente Israel com artefatos militares e até tropas.
O Hezbollah já declarou que não aceitará.
Não há outra saída, senão uma trégua e o início de conversações para um acordo de paz.
Se isto não acontecer, ninguém sabe quais serão as consequências.