Postado às 15h32 | 11 Abr 2024
Ney Lopes
O mundo assiste hoje um espetáculo de infindável escuridão para milhões de refugiados e pessoas deslocadas internamente, sem pátria, sem rumo.
Não só quase dois milhões de habitantes de Gaza, assim como milhões de ucranianos, mas as guerras incessantes na África e na Ásia forçaram milhões a fugir da violência.
A Europa vive um dos fluxos mais significativos de migrantes e refugiados de sua história
O parlamento europeu aprovou recentemente o novo Pacto para a Migração e Asilo.
As novas regras vão reforçar os controlos nas fronteiras externas da União, acelerar os procedimentos de asilo e também os retornos dos que não forem considerados refugiados.
Uma luz verde final conseguida numa votação apertada e marcada também por muitas críticas
As guerras na Ucrânia e em Gaza, os desastres climáticos em lugares como Bangladesh e os custos crescentes dos grãos básicos – resultado da invasão da Ucrânia pela Rússia – diminuíram as doações de países desenvolvidos em favor dos migrantes.
O resultado é o aumento do imenso sofrimento coletivo.
Há fatos e curiosidades sobre migração, ao longo da história.
Vejamos algumas.
Acredita-se que as primeiras migrações humanas começaram quando o Homo Erectus migrou pela primeira vez da África para a Eurásia, há cerca de 1,8 milhão de anos.
Uma das maiores ondas de imigrantes para os EUA ocorreu durante as décadas de 1820 a 1890, quando mais de 5 milhões de imigrantes chegaram à América vindos da Irlanda e da Alemanha.
Estima-se que a imigração para a Austrália tenha começado há cerca de 50 mil anos, quando os antepassados dos aborígenes australianos chegaram às ilhas do arquipélago Malaio e da Nova Guiné.
De acordo com o Migration and Remittances Factbook 2011, 3% da população mundial (mais de 215 milhões de pessoas) vive num país diferente daquele onde nasceu.
O maior corredor de migração do mundo é o México – os EUA, com quase 12 milhões de funcionários, registraram migrações do México para os EUA só em 2010.
Não é por acaso que os EUA também registram o maior fluxo de remessas (trabalhadores estrangeiros que enviam dinheiro de volta para os seus países de origem).
O país que mais dinheiro recebe através de remessas é para a Índia, seguido pela China, México e França.
Em 2005, um estudo do UKBA estimou uma população entre 310.000 e 570.000 imigrantes ilegais vivendo no Reino Unido.
Os indianos são membros da maior percentagem de imigrantes que entram no Reino Unido (11,9%), seguidos pelos migrantes do Paquistão, Polónia, Austrália e China.
Ironicamente, se um mexicano quiser um visto para imigrar para os Estados Unidos, deverá obtê-lo em Ciudad Juarez, sem dúvida uma das cidades mais violentas e perigosas do mundo.
O processo migratório acentua a pobreza, a transparência dos direitos humanos e a proteção da segurança, levando, mas pessoas a partirem de países como a Eritreia, o Paquistão, Marrocos, o Irão e a Somália, na esperança de uma nova vida em algum lugar como a Alemanha, a Suécia ou Reino Unido.
Uma chaga, que afronta a humanidade, em pleno século XXI.