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Análise: "Lira, na Câmara; Pacheco, no Senado"

Postado às 06h26 | 02 Fev 2021

Ney Lopes

Tudo como previsto.

Os candidatos apoiados pelo Planalto ganharam as eleições na Câmara e no Senado. Os parlamentarem votaram pela própria sobrevivência política.

Alguns pontos ficam claros, por trás dos resultados nas mesas do congresso. A vitória de Lira esvazia, por enquanto, as possibilidades de formação de um bloco de centro-esquerda (ou direita) na sucessão de 2022. O chamado “centrão” esfacelou-se.

Nesse aspecto, Bolsonaro ganha dividendos na sua pretensão de reeleger-se. Lira caracteriza o tradicional presidencialismo de coalizão, quando o governo “acerta” o que “quer” e os “parlamentares”, também dizem o que “querem”. Essa “praxis” não está na teoria do presidencialismo de coalizão, mas é o que tem acontecido no Brasil.

O novo presidente da Câmara afasta por completo preocupações com o país, no debate das grandes questões nacionais. O seu discurso indica que se preocupará com o “plenário dos deputados”, aliás a sua característica pessoal no desempenho do mandato.

Qual o grande risco? 

Cada deputado (com raríssimas exceções) vai fixar o “preço “ do seu apoio ao governo, considerando que a reeleição de todos eles já se aproxima.

O que irá acontecer, ninguém sabe. Mas, o governo Bolsonaro deve estar consciente de que isso acontecerá.

No senado, o senador Rodrigo Pacheco parece ser diferente de Lira.

O seu discurso aborda questões nacionais e a sua tradição é de um legalista, por ter sido, inclusive, conselheiro federal da OAB. Além disso, tem o estilo mineiro, que consagra a regra do “nem sim, nem não”, antes pelo contrário. Observe-se que ele teve apoio do PT e PDT. A previsão é que seja mais um conciliador, do que apoiador de Bolsonaro.

É um candidato a ser chamado logo, logo de “comunista”, ou “petista” pelo bolsonarismo.  

Vejamos o que irá acontecer.

 

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