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Análise: "Jô Soares e suas frases"

Postado às 06h08 | 06 Ago 2022

Ney Lopes

Jô Soares, ontem falecido, associava o humor a frases inteligentes.

Com bagagem intelectual expressiva, relatava o cotidiano com personagens exóticas, que retratavam a realidade.

Eis algumas frases dele:

Eu sofri a dor que é o pesadelo de todo pai, a inversão da ordem natural das coisas: perda de um filho.

Após o falecimento do filho Rafinha, Jô disse ao voltar a TV:  

"Eu queria contar uma história, de uma das coisas que aprendi com o Rafinha.

Uma vez, em uma livraria, ele chegou junto ao caixa carregando uma dúzia de livros.

Eu estranhei, falei: 'Espere aí, isso é muito. 12, não. Escolha seis".

Ele disse: 'Então, não quero nenhum'.

Pensei que era malcriação: 'Como assim não quer nenhum?'.

'Eu prefiro não escolher. Porque escolher é perder sempre', ele respondeu.

Claro, você escolhe um e o que você não escolheu... Hoje, eu também não preciso escolher.

Como ele nunca faltou ao seu trabalho, também não posso faltar ao meu.

Um beijo do gordo e a vida continua.

A vida é o que a gente veio fazer aqui", disse Jô, com a voz embargada pela emoção.

Seguem-se outras frases:

“É bem melhor pensar sem falar do que falar sem pensar”;

“A comissão faz o ladrão”;

“No Brasil, quando o feriado é religioso, até ateu comemora”;

 “O maior erro dos "espertos" é achar que podem fazer todos de otários”;

“Não é necessário mostrar beleza aos cegos, nem dizer verdade aos surdos. Mas não minta para quem te escuta e nem decepcione os olhos de quem te admira”;

“Eu torço pela felicidade dos outros. Gente feliz não enche o saco”.

O que se observa na política brasileira atual, de parte a parte, lembra aquele personagem de Jô Soares, que voltava à consciência, após anos em coma e ouvia as notícias contadas pelas pessoas.

Atônito, ele não acreditava no que ouvia e optava para continuar inconsciente, exclamando “tira o tubo”, como forma de fugir da realidade

Qualquer semelhança com o RN de hoje é mera coincidência....

Post scriptum:

Jô Soares perdeu sua mãe, Mercedes Leal Soares, em um atropelamento.

Em 2015, durante uma entrevista para o jornalista Marcelo Bonfá, o apresentador relembrou o reencontro que teve com o taxista responsável pelo acidente.

"Mamãe morreu atropelada, num dia de chuva terrível. O motorista do táxi não teve a menor culpa. Ela tinha 70 anos. Ele socorreu minha mãe e levou para o hospital, fez tudo certo. Só que ela teve uma fratura de base de crânio", começou Jô a contar a história.

O humorista seguiu:

"Dez anos depois, eu peguei um táxi no Santos Dumont e, quando cheguei em casa, o motorista falou: 'Eu preciso dizer uma coisa para o senhor. Fui eu que atropelei sua mãe. E desde esse dia, isso já faz dez anos, eu não consigo mais dormir. Só vou conseguir dormir no dia que o senhor me disser que me perdoa.' Eu falei: 'Mas, meu filho, você está perdoado desde o dia que pegou a minha mãe, socorreu e ficou ao lado do meu pai até a minha mãe morrer. Você não teve culpa nenhuma".

Por fim, Jô finalizou dizendo que o perdão era a coisa mais importante dos ensinamentos de Cristo.

Ele contou que disse ao taxista:

"'Eu te perdoo, você está mais que perdoado. Vai em paz.'. Ele chorava e eu chorei muito também".

Olho aberto

Honra ao mérito – O seridoense e consagrado artista visual Mocó é o primeiro potiguar a expor os seus quadros no Museu do Oscar, em Los Angeles.

Ney Jr, que foi seu grande amigo, se vivo, estaria aplaudindo.

Agora RN – Oportuno e lúcido o editorial deste jornal AGORA RN (“Vazio de ideias”), ao analisar a falta de propostas concretas e objetivas no processo eleitoral do estado.

A fartura é de agressões, ou relatos de uso do dinheiro público para credenciar candidaturas. Uma lástima!

Sucesso – O livro do amigo e conselheiro do TC-RN, Manoel de Brito, lançado recentemente, é um depoimento de alto nível e contribui para a história política do RN.

O autor está de parabéns.

Por motivo superior, não fui a noite de autógrafos. ´

Governo avança – Técnicos do governo federal estão em reuniões sucessivas, visando dois objetivos, em curto prazo:  isenção do imposto de renda para contribuintes que ganham até quatro salários mínimos e a permanência do Auxílio Brasil em R$ 600.

Falta item importante: atualizar a tabela do II dos assalariados.

Outro objetivo – Outra meta seria a taxação de lucros e dividendos para os 60 mil mais ricos do país.

O Brasil é o único país de mercado aberto no mundo, que isenta esse tipo de renda.

Parabéns - Bolsonaro parabeniza Petrobras por redução do diesel e atribui decisão a novo presidente.

Rachadura – O meio empresarial brasileiro assume posições diversas sobre as urnas eletrônicas.

Josué Gomes da Silva, presidente da FIESP, defende as urnas e diz que o Brasil deveria estar discutindo agenda de desenvolvimento.

 

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