Postado às 02h23 | 08 Abr 2024
Ney Lopes
Independente de posição política ou ideológica, cabe uma palavra de solidariedade ao presidente da Petrobras, ex-senador Jean Paul Prates, indicado pelo RN, diante da crise anunciada na empresa, que envolve o seu nome,
Além da inegável qualificação técnica do indicado foi absolutamente justo que ele fosse indicado para essa função, por ser o nosso estado um dos quatro principais produtores de petróleo no Brasil.
Segundo anuário publicado recentemente, o RN já voltou a ser o maior produtor de petróleo em terra.
Sem meias palavras, essa crise tem origem na falta de apoio político consistente dado pelo PT-RN, desde à indicação de Jean Paul para presidência da estatal.
O ex-senador sofre restrições do grupo petista local e nacional, por não pertencer a orientação econômica extremada da presidente Gleisi Hoffmann.
Foi escolhido pessoalmente pelo presidente Lula, em função do seu valor técnico e qualificação, na área do petróleo, demonstrado em debates e ações, quando senador.
Não teve “padrinhos”.
Nem mesmo a governadora Fátima Bezerra o considerou na sua cota.
Resultado: por não poder fazer o “milagre” (ninguém fará) de baixar o preço dos combustíveis, passou a sofrer “boicote” do chefe da casa civil, Rui Costa, um arrogante, que considera a Petrobras patrimônio exclusivo da Bahia e do ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira, que deseja “mandar” sozinho estatal.
No final, a permanência de Jean Paul Prates está sendo questionada por uma decisão que anteriormente ele apoiara, hoje defendida pelo presidente Lula e o ministro Haddad, que é o pagamento de 50% dos dividendos extraordinários aos acionistas.
Numa hora de baixa popularidade do presidente Lula será difícil que ele avalize a permanência de Jean Paul na presidência da Petrobras, pelas pressões políticas que sofre.
O trunfo de Prates será o apoio de Haddad, hoje a ancora do governo, que o defende e não poderá sofrer abalo na política econômica que executa.
Quem corre "por fora" é o ex-senador Mercadante insatisfeito com a presidência do BNDES.
Especula-se, que seria o substituto de Jean Paul.
Mas, ao que se sabe, Mercadante quer mesmo é assumir o Ministério da Economia e desbancar Haddad.
Aí tudo se complica.
Em relação ao RN, a questão será saber, se caso Jean Paul Prates for injustamente demitido, a governadora Fátima Bezerra exigirá compensações, pela perda de cargo tão importante.