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Análise: "Inédito: republicanos contra Trump"

Postado às 16h13 | 18 Ago 2020

Ney Lopes

Aproxima-se 3 de novembro, dia da eleição nos EEUU. O processo eleitoral americano difere de outros países. Por exemplo: é possível um candidato vencer, mesmo que tenha menos votos que o adversário.

Em 2016, Hillary Clinton foi derrotada por Trump, saindo das urnas com 2 pontos porcentuais a mais. Entretanto, algo inédito ocorre na eleição deste ano. Um grupo de estrategistas republicanos lançou movimento contra Trump, o candidato oficial da sigla.

O protesto denomina-se “Lincoln Project”. O nome é uma homenagem a Abraham Lincoln, o 16.º presidente dos EUA (1861 até ao seu assassinato, em 1865), que esteve à frente do país durante a Guerra Civil. O “Lincoln Project” tem a missão de impedir a reeleição de Trump.

Na convenção democrata de ontem, 17, quatro republicanos desse grupo discursaram e apoiaram abertamente Joe Biden. Inclusive, John Kusich, ex-governador de Ohio, um dos estados, que ao lado da Florida, Geórgia e Carolina do Norte é considerado dos mais importantes na eleição.

Essa dissidência republicana do “Lincoln Project” chega em momento, no qual as pesquisas de intenção de voto mostram Trump atrás de Biden, mesmo em alguns Estados historicamente conservadores Observadores identificam, que a maior causa do desgaste de Trump é ter negado a gravidade da pandemia e mantido “duelo” com os governadores, ao invés de liderar um plano nacional, dividindo responsabilidades, como manda a Constituição americana.

Os anúncios de TV contra a sua candidatura exibem bandeira americana de cabeça para baixo, diante de imagens de ruas desertas, prédios em ruínas, pessoas em longas filas e em corredores de hospital. O Washington Post e a ABC News indicam vantagem de 15 pontos porcentuais para o democrata.

O Presidente já reclama de fraude e se recusa a aceitar o resultado final. Os seus dirigentes de campanha admitem que mesmo em desvantagem, ele repita 2016 e ganhe no Colégio Eleitoral.

Mas analistas, afirmam que essa anomalia poderia ocorrer se a diferença fosse de até 5 pontos porcentuais.

Acima disso, será impossível.

Agora, só resta aguardar as urnas.

 

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