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Análise: "Hora de sentar na mesa com Argentina e China"

Postado às 05h42 | 28 Ago 2020

Ney Lopes

Como se diz na gíria, “a Argentina começa a “botar” as unhas de fora”.

O presidente Alberto Fernández “isola” o Brasil e se “aproxima” da China. Aproximadamente, US$ 100 milhões em exportações brasileiras estão paradas na fronteira, esperando que a Casa Rosada aprove licenças de importação.

O acordo assinado com o Brasil prevê 10 dias. As demoras já superam 90 dias.

A insegurança atinge o setor automobilístico, cuja retração nas importações oriundas do Brasil caíram 40%. O mercado argentino registrava venda de 1 milhão de veículos e hoje vende 75% a menos.

O governo brasileiro interpreta o comportamento argentino como meio de atrair investimentos diretos para o país e depois exportar eventual produção para o Brasil, com as vantagens do Mercosul. Enquanto isto, o governo de Alberto Fernández, chamado de “poste da Cristina Kirchner”, mostra tendência estatizante. Ultimamente congelou os preços dos serviços de telefonia, internet e TV a cabo.

O mais grave é a aproximação visível com a China, isolando o Brasil.

Pela primeira vez na história, o gigante asiático é o principal parceiro comercial dos argentinos. . Os investimentos chineses se dirigem à  produção de carnes e a construção, de uma base aeroespacial, na provincia de Neuquén, Patagonia.

Segundo analistas, a base de Neuquén permite o comando e o controle de viagens profundas ao espaço e os equipamentos instalados têm a capacidade de serem usados para fins militares, com o  controle de  satélites que circulam em certas órbitas, atravessando toda a América Latina.

No ano passado, o comércio entre China, os países da América Latina e o Caribe alcançou os 244 bilhões de dólares, mais que o dobro do que se gerou uma década antes. Esse é outro dado, que demonstra a infiltração chinesa, agora avalizada pelos argentinos.

Nada contra preservar comércio com os chineses.

Porém, não podemos aceitar que a Argentina use a China para enfraquecer a nossa economia.

Chegou a hora do Brasil “sentar na mesa” com argentinos e chineses e definir os interesses nacionais.

Essa iniciativa não pode ser adiada.

 

 

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