Postado às 06h35 | 15 Abr 2022
Ney Lopes
Hoje, 15, sexta-feira Santa, o dia da Via Sacra, que foi introduzida na Europa pelo dominicano beato Alvaro De Zamora da Córdoba em 1402 e mais tarde pelos Frades Menores.
O Papa Francisco, mesmo com dores no joelho, fará hoje à tarde, a pé, no Coliseu de Roma, a Via Sacra.
Ele quis que “famílias” lhe acompanhassem, como forma de valorizar fatos da vida quotidiana em muitos lares.
Dessa forma, o Pontífice será seguido por família em missão, esposos idosos sem filhos, família com filho deficiente, família com pai doente, casal de avós, família adotiva, viúva com filhos, família que perdeu uma filha (o).
Nas duas últimas estações da Via-Sacra, Francisco terá ao seu lado família ucraniana e família russa, que relembrarão tudo o que a guerra muda, "a existência, os dias, a neve despreocupada do inverno, pegar os filhos na escola, o trabalho, os abraços, as amizades".
O simbolismo dos russos e ucranianos é o meio de invocar ao Senhor, para que fale "no silêncio da morte e da divisão", ensinando "a fazer as pazes, a ser irmãos e irmãs, a reconstruir o que as bombas querem aniquilar. T
Todos rezarão a Deus e dirão que a raiva "deu lugar à resignação" e se desesperam porque não podem mais sentir o amor do Todo-Poderoso.
Nesse clima de reflexão, as igrejas estarão silenciosas. Na liturgia não há canto, não há música e não se celebra a Eucaristia, porque todo espaço é dedicado à Paixão e à morte de Jesus.
Não é um dia de luto, mas um dia de contemplação do amor de Deus, que chega para sacrificar o próprio Filho para a salvação da humanidade.
Reli crônica do notável escritor e jornalista Sanderson Negreiros sobre as “manhãs do Alecrim”, o bairro de Natal onde nasci e vivi parte da minha adolescência.
Recordei ir às sextas feiras santas, em companhia de meus pais, à Igreja de São Pedro.
Lá estava, o que Sanderson chamou de "multidão de personagens", a maioria composta de congregados marianos, filhos de Maria, fiéis.
Em oração fazíamos a via sacra, a reconstituição religiosa para lembrar o sofrimento de Jesus Cristo, durante sua missão redentora.
Consiste numa prática da piedade, através da qual se recordam as quatorze estações ou passos realizados por Jesus, durante sua caminhada para a crucificação.
Após a via sacra de 2022, só restará aguardar o próximo domingo, quando os cristãos cantarão com fé e esperança:
“É Páscoa! Jesus ressuscitou. A vida triunfou!
"Que a Paz chegue logo".