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Análise: "Herança de Lula do governo Bolsonaro"

Postado às 06h04 | 14 Mar 2023

Ney Lopes

O presidente Lula vive dilema. político e econômico.

Deseja alcançar a todo custo resultado positivo da economia para melhorar a sua popularidade.

O fato justifica ele e o petismo investirem contra o Banco Central, responsabilizando pelo aumento da taxa de juros.

Na verdade, essa é uma “cortina de fumaça”.

Mercado - O BC se orienta pelo risco de estouro no teto de gastos, por não ter sido indicada até agora, a regra que o substitua.

Explica-se o expansionismo fiscal para atender demandas sociais inadiáveis.

Todavia, não pode haver sinais de descontrole das despesas, que além de elevar a inflação, pressiona os juros.

Em resumo, as regras do mercado não podem ser “endeusadas”, mas não podem ser “desconhecidas”.

Solução - A única alternativa será a proposta urgente do novo arcabouço fiscal, que substituirá o atual teto de gastos.

Entre as soluções cogitadas estaria o uso do Produto Interno Bruto  per capita como referência para despesa.

Regras - No atual teto de gastos, criado em 2016, as despesas do Governo Federal são limitadas a inflação do ano anterior.

A regra nova permitiria que os gastos crescessem acima desse patamar.

Gastos - Outra característica seria que, durante períodos de aceleração econômica, os gastos não cresçam.

Porém, em fases de baixa, não haveria corte de investimentos públicos

O governo teria que apresentar relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas, mostrando a execução dos gastos feita com equilíbrio.

Bolsonaro - O calcanhar de Aquiles do governo de Lula é ser obrigado a reconhecer, a herança positiva do governo Bolsonaro.

Os números mostram uma economia, que, apesar dos pesares, se reergueu, após a pandemia.

O desemprego encerrou dezembro do ano passado em 9,3%, a menor taxa desde 2015.

Crescimento - Em 2022, a economia cresceu 2.9%.

O consumo das famílias teve alta, em razão do impulso fiscal (aumento do Auxílio Brasil, redução dos preços dos combustíveis, redução de impostos) e pelo recuo da inflação.

Houve superávit primário de R$ 57 bilhões, o que equivale a 0,5% do PIB, em 2022.

Herança - Esses fatores positivos, herdados do governo Bolsonaro, facilitam o novo arcabouço fiscal, garantindo estabilidade e eficiência.

O país espera isto e não acirramentos e vinditas políticas.

 

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