Postado às 07h19 | 02 Ago 2020
Ney Lopes
Contra fatos não há argumentos. Três décadas depois da queda do muro de Berlim, China e Estados Unidos avançam, em busca da hegemonia do poder mundial. Por trás da “guerra comercial” estão interesses vitais de geopolítica. O objetivo é a luta pela influência nos diversos continentes.
Todo esse fenômeno se chama “a nova guerra fria do século XXI”.
Um dos alvos dos chineses é a América Latina. Historicamente, os governos dessa região têm sofrido influência dos Estados Unidos. Com os democratas na Casa Branca passou a existir desinteresse pelos latino americanos.
A partir daí, os chineses desembarcaram na América Latina e pretendem ficar. Para isso, colaboraram, de início, com os governos da Venezuela, Bolívia e do Equador. Em seguida, a China enveredou pela área comercial e passou a ser “grande compradora” de produtos agrícolas. além de investimentos na área de infraestrutura.
O Brasil, por exemplo, hoje depende do comércio chinês para estabilizar as contas nacionais. A China tem uma estratégia bem formada. Aproxima-se e propõe negócios, sem exigências de segurança jurídica, alteração de direitos trabalhistas, ou política de meio ambiente.
O caso da Colômbia, narrado no “El País”, é especialmente representativo. Apesar da prudência que mostraram seus últimos governos com Pequim, realizou-se- a licitação de uma das obras mais emblemáticas, o metrô de Bogotá –, cuja construção começou a ser planejada há mais de setenta anos e que sempre acabou em tentativas frustradas.
Ao final , foi concedida a concessão do serviço público para duas empresas chinesas.
A batalha pela influência continental envolveu, o regime chavista da Venezuela liderado por Maduro, inimigo direto da Administração de Trump.A China emprestou à Venezuela 50 e 60 bilhões de euros (304 a 365 bilhões de reais) em empréstimos durante a última década.
Maduro ainda deve a Xi Jinping pelo menos um terço. Apesar disso, o país com as maiores reservas petrolíferas do mundo, representa a desejada “cabeça de ponte” chinesa para influencia na América Latina.
Esta é a realidade.
Ninguém sabe qual será a direção futura dessa nova “guerra fria”.