Postado às 06h27 | 09 Nov 2022
Ney Lopes
As manchetes na Internet dos jornais americanos indicam que o presidente Biden respira aliviado.
Perde lugares na Câmara dos Representantes, mas pode conservar o Senado.
Ao contrário do que se propagava, nas eleições americanas de ontem, 8, os democratas conseguiram equilibrar e não houve uma onda vermelha pró Trump (republicanos).
O jornal “Washington Post” publica a manchete:
“Congresso fica em equilíbrio”.
Isso não significa maioria democrata, porém a Câmara terá maioria republicana e o Senado Democrata.
Não se saberá quem são os vencedores da eleição, por alguns dias.
Leva tempo para contar todas as cédulas.
Nos Estados Unidos não existe uma autoridade eleitoral central e os secretários de estado de cada uma das 50 unidades federativas do país são responsáveis pela contagem dos votos.
Como esse processo costuma ser demorado, os grandes meios de comunicação americanos são os responsáveis por declarar qual candidato ganhou uma disputa, algo que especialistas fazem analisando os dados provenientes dos estados.
Na Geórgia, por exemplo, a definição do Senado pode atrasar.
Isso porque, pelas regras locais, se nenhum dos candidatos atingir 50% dos votos, a eleição vai para o segundo turno, a ser disputado em 6 de dezembro.
Lá a disputa é apertada.
Perder o controle do Legislativo no meio do mandato é comum.
Desde Jimmy Carter (1981-1989), só George W. Bush (2001-2009) conseguiu manter maioria do Congresso em 2002, no pós-11 de setembro —maioria que ele perdeu em outra edição do pleito, em 2006.
Os dois grandes motivadores do voto neste ano foram o aborto, que favorece candidatos democratas, e a economia do país, que puxa votos para os republicanos.
Um fato curioso é que o vice-governador da Pensilvânia, o democrata John Fetterman, elegeu-se senador, mesmo tendo sofrido um derrame cerebral e ter a sua fala comprometida.
Ele representa um símbolo dos democratas no expressivo colégio eleitoral da Pensilvânia.
John Fetterman é casado com uma brasileira Gisele Barreto e tem na sua agenda propostas a defesa da liberação do aborto, a legalização da maconha, a defesa da saúde pública e dos direitos de imigrantes.
Até agora, com a apuração em andamento, o eleitor americano aplica o princípio dos “freios e contrapesos”.
Garante maioria ao governo no Senado e a oposição na Câmara.
O mais importante é não haver sinais de que as teses absolutamente absurdas de Donald Trump tenham tomado conta da população.
Os republicanos continuam fortes na disputa da presidência em 2026, sobretudo porque Ron DeSantis, teve uma vitória contundente para governador da Flórida, que o torna o mais sério rival do ex-Presidente Trump, no Partido Republicano.
Pelo que se nota, muita água irá correr abaixo da ponte!