Postado às 05h24 | 09 Jul 2020
O editor com o Papa João de Deus no Vaticano
Ney Lopes
Há milagre no futebol. Nesta quarta, 8, aconteceu um: o Fluminense, que vem enfrentando crises sucessivas, surpreendeu o super favorito Flamengo e conquistou a Taça Rio, no Maracanã e parte para disputar o campeonato carioca deste ano. O tricolor empatou no tempo normal por 1 a 1 e venceu nos pênaltis por 3 a 2.
Repetiu-se o que aconteceu em 26 de outubro de 1980, com a diferença de que o Flu decidia com o Vasco. Na época, o Papa João Paulo II, líder da Igreja Católica, visitava o Brasil pela primeira vez, diante de grande expectativa nacional, pois nunca antes um Papa estivera no país.
Em jogo dramático, persistia o empate de 1x1 (como ontem). De repente, para impulsionar o time à vitória, a torcida tricolor começou a cantar "Benção João de Deus”, o mesmo hino que os brasileiros cantaram para o Papa. O Fluminense acabou vencendo o Vasco na disputa de pênaltis.
A diretoria do Clube oficializou João Paulo II como seu padroeiro.
Curiosidade: o herói de 1980 foi o goleiro Paulo Goulart. O herói de ontem foi o goleiro Muriel (defendeu a cobrança de Rafinha do “Fla”), irmão mais velho do goleiro Alisson, da seleção brasileira, eleito o melhor do mundo em cerimônia da FIFA.
O simbolismo está no fato de que, neste ano de 2020, com o Maracanã fechado, sem público, os “corações tricolores” se uniram para cantar a música, transformada em talismã, que homenageia o Pontífice, o que sempre acontece, quando o time precisa da vitória.
Ao final do jogo e em agradecimento, adeptos do Flu, anonimamente, distribuídos em vários recantos do país, praticantes de todos os credos e também quem não possui credo algum, com a faixa de campeão ao peito, novamente cantaram juntos: “A bênção, João de Deus, a bênção, João de Deus, o nosso povo te abraça. Tu vens em missão de paz, seja bem-vindo, e abençoa esse povo que te ama! ”.