Postado às 05h24 | 29 Set 2023
Ney Lopes
A Europa, além da guerra da Ucrânia e Rússia, começa a enfrentar outro conflito bélico.
Reiniciou a antiga disputa entre Armênia e o Azerbaijão pelo controle da região de Nagorno-Karabakh.
Armênia é uma ex-república soviética localizada na montanhosa região do Cáucaso, na Europa oriental e Ásia ocidental, entre o mar Negro e o mar Cáspio.
Uma das nações mais antigas do mundo e uma das primeiras civilizações cristãs.
Povoada desde os tempos pré-históricos era considerado o suposto local do Jardim do Éden bíblico.
Segundo a tradição judaico-cristã, foi o local onde a Arca de Noé encalhou após o Dilúvio.
Azerbaijão, ex república soviética, situa-se na região do Cáucaso.
O território do Azerbaijão não possui saída para o oceano, mas é banhado pelas águas do mar Cáspio.
Tornou-se independente da Rússia em 1991, possui 10 milhões de habitantes e uma economia centrada na exploração de recursos naturais, com petróleo e gás natural em abundância.
Região de Nagorno-Karabakh é um enclave montanhoso, entre Armênia e Azerbaijão, e vem sendo alvo de disputas, que remontam ao tempo em que ambos territórios faziam parte do Império Russo.
Em 1923, a região foi anexada ao território da República Soviética do Azerbaijão.
A maioria da população da Armênia, nunca aceitou a anexação.
Em 1991, após o colapso da União Soviética e aproveitando o momento de instabilidade, um movimento separatista ganhou força na região de Nagorno-Karabakh.
A população não queria ser parte e nem responder ao governo do Azerbaijão.
Houve conflito armado, que durou anos.
Em 1994, com a intermediação dos governos russo e armênio, acordo garantiu a Nagorno-Karabakh um governo autônomo, não reconhecido internacionalmente.
Inconformado, em 2020 o governo azerbaijano ordenou uma operação militar para tentar retomar a região de Nagorno-Karabakh, sem sucesso.
Agora, em setembro de 2023, recrudesce o conflito com sinais de guerra.
O Azerbaijão em menos de 24 horas, já destruiu bases de operação da região autônoma de Nagorno-Karabakh e acabou com a resistência do governo separatista.
Mais da metade da população que vivia na região há anos abandona suas casas em direção à Armênia.
Cerca de 100 mil pessoas, enfrenta escassez de alimentos, de produtos de higiene e de medicamentos.
Verifica-se “ofensiva militar em grande escala” com várias mortes, incluindo mulheres e crianças.
As diferenças religiosas são acentuadas.
No meio de uma república predominantemente muçulmana como o Azerbaijão, existe o território de Nagorno-Karabakh habitada por cristãos ortodoxos.
No momento, há um cessar fogo.
Já se anuncia a dissolução da região autônoma de Nagorno-Karabakh, que deixará de existir em 2024.
Observadores ainda consideram grande o risco de outra guerra surgir no antigo território soviético, além da guerra na Ucrânia.
A Europa quer manter a paz no Azerbaijão, de onde importa 8 bilhões de metros cúbicos de gás por ano, depois de sofrer com a perda de fornecimento de gás da Rússia, devido ao conflito com a Ucrânia.
Quadro difícil e complexo.
São dois países inimigos – Armênia e Azerbaijão-, disputando a região de Nagorno-Karabakh
Por outro lado, a Rússia aliada da Armênia, não deseja entrar em choque com o Azerbaijão, por razões econômicas.
Em resumo, embora com o cessar fogo, a Europa vive momento de tensão e é concreta a possibilidade de uma nova guerra em seu território.