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Análise: "Estados Unidos têm mais partidos do que Brasil"

Postado às 05h58 | 29 Ago 2024

Ney Lopes

Quem observa a eleição nos Estados Unidos percebe que, ao longo dos anos, mantem-se a polarização entre Partido Democrata e Partido Republicano, que se revezam no controle do Congresso, desde 1856.

O país possui uma série de outros partidos políticos, que recebem apoio mínimo nas eleições gerais e não aparecem nas cédulas de todos os estados.

Acredite quem quiser: há mais partidos nos Estados Unidos do que no Brasil.

Se aqui nós temos, segundo o TSE, 29 partidos homologados, lá a lista chega a 70.

Existem o partido “Aluguel Tá Muito Caro”, o “Partido da Liberdade Cristã”, o “Partido Nazista Americano” e outros.

Reação

A última vez em que um candidato de terceiro partido ganhou algum voto no colégio eleitoral foi em 1968.

O segregacionista George Wallace, do Partido Independente Americano, de extrema-direita, recebeu 46 votos eleitorais.

Não o suficiente para impedir a vitória do republicano Richard Nixon.

Até o Partido Comunista dos Estados Unidos, em 1980, lançou a primeira mulher negra à vice-presidência, a ativista Angela Davis – e repetiu o feito em 1984.

A cada ciclo eleitoral norte-americano, uma pergunta reaparece: por que, numa nação de proporções continentais, existe tamanha polarização entre dois partidos políticos?  

Uma das respostas está no sistema eleitoral norte-americano.

Prevalece o o voto distrital por maioria simples, desde as reformas eleitorais da década de 1840.

Todos os pleitos transformam-se em eleições majoritárias, pois somente um único candidato pode ser escolhido por distrito, o que enfraquece o surgimento de terceiras forças.

Partido do povo

Nem sempre ficou inquestionado o monopólio de democratas e republicanos.

Durante a década de 1890, uma terceira e importante força emergiu: o Partido do Povo, liderado por pequenos fazendeiros do Oeste e do Sul e dos operários das cidades do Norte e Leste e contraposto ao conservadorismo dos partidos dominantes.

Acusava o governo de ser um instrumento dos ricos, denunciava a repressão contra o proletariado e exigia, dentre outras coisas, a nacionalização das ferrovias, uma reforma agrária e  imposto de renda para financiar reformas. Após ser derrotado,o Partido do Povo colapsou e desapareceu da cena política estadunidense.

A partir da década de 1930, a “Nova Fronteira” de Franklin Delano Roosevelt, consolidou o poder dos democratas na classe operária, com os sindicatos tornando-se um dos pilares da nova coalizão, e aumentariam a presença entre afro-americanos e a classe média intelectualizada.

Enquanto isso, os republicanos organizaram uma duradoura aliança composta pelo big business, fazendeiros do Oeste, setores médios, protestantes e conservadores mais extremados.

Trump vs Kamala

Sob essa ótica, a polarização se reinventa a cada novo realinhamento e acaba por manter-se viva.

O sistema eleitoral funciona exatamente para sua autopreservação.

Neste contexto, ocorrerá o confronto de Kamala e Trump, uma das eleições que se prenuncia das mais aguerridas.

Curtinhas

  1. Será que as ameaças ao candidato Pablo Marçal à prefeitura de SP ajudam ou desajudam a sua campanha?

  2. Que Deus receba Luís Antonio Felipe, jornalista, recém falecido. Um profissional ético.

  3. Seríssima a questão do pagamento do seguro habitacional de conjuntos, que prejudica 50 mil famílias no RN. Casas desabando. Moradores ao relento.  Empresas e seguradoras se omitem. Ações duram 16 anos. Não há como esperar mais.

  4. O caminho é a imediata execução forçada prevista na lei, que permite a agressão direta sobre o patrimônio de quem for “indicado devedor”, através da intervenção do estado nas relações particulares. Alguém tem que ser responsável.

Hoje na história

1825 – Reconhecimento da independência do Brasil por Portugal.

1852 – Início da construção da primeira ferrovia brasileira, a Estrada de Ferro Mauá.

1915 e 1982 – Ingrid Bergman, atriz sueca, nasceu em1915 e faleceu no mesmo dia, em 1982.

Dia Nacional de Combate ao Fumo

 

 

 

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