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Análise: "Empresários modernos e o trabalho para idosos"

Postado às 06h45 | 21 Ago 2022

Ney Lopes

O Estado de São Paulo publica hoje,21, manchete intitulada: "empresas começam a abrir as portas para os profissionais com mais de 50 anos”. 

Esse é um tema que desperta atenção até da ONU, que defende um novo contrato social ancorado nos direitos humanos, no qual os idosos são essenciais.

Em 2050, o número de pessoas acima dos 65 anos será o dobro do atual.

O total superará o de jovens de idades entre 15 e 24 anos.

Por tal razão, a preocupação global é que as pessoas idosas em todos os lugares tenham a garantia de viver uma vida digna, com segurança econômica.

No Brasil existe preconceito com o trabalho para idosos.

Hoje temos mais de 33 milhões de pessoas com mais de 60 anos e mais de 54 milhões de pessoas acima de 50 anos.

As empresas chegam a demitir, quando o empregado ultrapassa certo limite de vida.

Cerca de 26% da população brasileira tem acima de 50 anos e as oportunidades de emprego para essa faixa etária ainda são restritas.

A reforma da previdência aumentou a idade da aposentadoria (62 anos para mulheres e 65 anos para homens) e uma expectativa de vida cada vez maior.

Num país que envelhece, essas pessoas não podem ser excluídas do mercado de trabalho, após a aposentadoria.

Felizmente, embora ainda em pequena proporção, existe mudança de mentalidade no empresariado brasileiro, que adere a chamada “economia prateada”, que ganha força no mercado mundial.

Trata-se da soma das atividades do mercado voltado exclusivamente para as necessidades das pessoas com mais de cinquenta anos.

Também é conhecido como “economia da longevidade”, e cresce surpreendentemente conforme a população envelhece e a pirâmide etária se inverte em vários países.

Estudos mostram que no Brasil esse mercado atinge 2 trilhões de reais por ano, representando pelo menos de 20% a 30% de qualquer mercado de consumo.

No mundo, os valores chegam a 15 trilhões de dólares.

Todas essas constatações conduzem a conclusão de que é fundamental colocar os idosos no centro do negócio. Afinal, longevidade é cada vez mais sinônimo de futuro, não de fim da vida.

Comprometimento, inteligência emocional e experiência estão na lista de qualidades mais procuradas.

Além disso, esses profissionais são mais comprometidos com a empresa.

A economia prateada da longevidade traz novas ideias e tendências.

Ela implanta novos paradigmas e contribui para o acesso dos idosos à tecnologia, reconhecendo sua importância econômica e social.

Sem dúvida, surgem os “empresários modernos”, que abrem horizontes de novos tempos para o mercado de trabalho global.

O Brasil terá que se inserir nesse novo contexto.

É o que todos esperam.

homem trabalhando

Manter os profissionais mais velhos por mais tempo trabalhando pode criar um 'dividendo de longevidade' significativo para os países

 

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