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Análise: "Eleição que o mundo acompanha"

Postado às 05h12 | 11 Jan 2024

Ney Lopes

Sábado próximo, realizam-se as eleições presidenciais e legislativas de Taiwan, que têm grande importância para a estabilidade das relações entre Estados Unidos e China, a coesão da região Oceano Índico e a porção ocidental do Oceano Pacífico.

Quem se tornar o próximo presidente de Taiwan terá influência nas ambições geopolíticas da China.

A votação será a oitava eleição presidencial direta em Taiwan, desde o fim da lei marcial no final da década de 1980.

Cerca de 19,5 milhões de pessoas estão registradas para votar e os resultados devem ser divulgados até o final do dia da votação.

Os eleitores têm que ter pelo menos 20 anos e votarão três vezes: para presidente e vice-presidente, para seu legislador local e para sua "lista de partidos”.

A lista do partido é particularmente importante na política taiwanesa como uma demonstração da popularidade e reputação do partido.

Taiwan pertenceu a China até 1895, ano em que foi cedida ao Japão.

Depois da Segunda Guerra Mundial voltou a incorporar-se a China.

Em 1949, o Generalíssimo Chiang Kai-shek  transformou a ilha em sede do governo nacionalista chinês. 

Taiwan tem na prática um governo autônomo desde 1949.

Ultimamente, a China tem intensificado ameaças, até de invasão militar.

As eleições terão consequências em curto prazo.

Pequim reivindica Taiwan como seu próprio território e chegou a lançar as eleições da ilha como uma escolha entre guerra e paz, através do Estreito de Taiwan, alertando que qualquer tentativa de pressionar pela independência formal significa conflito.

O governo de Taiwan rejeita a afirmação da soberania da China.

Os eleitores taiwaneses precisam dar ao seu próximo governo uma vitória convincente para fortalecer sua posição na mesa de negociações com a China.

E, por outro lado, Pequim precisa apostar na moderação e no pragmatismo para atingir os seus objetivos, sem recorrer a meios militares.

Com os taiwaneses vivendo sob constante ameaça militar por várias décadas, a pressão persistente de Pequim tornou-se um incômodo que convida o ressentimento.

Além disso as eleições trazem à tona as “questões do bolso”, incluindo salários estagnados, escassez de moradias a preços acessíveis e perspectivas de carreira escassas, particularmente entre a geração mais jovem.

Em 2022, os salários registaram o declínio anual mais acentuado em 10 anos, enquanto a habitação em algumas cidades de Taiwan está entre as mais caras do mundo em relação ao rendimento.

A maioria dos taiwaneses não deseja fazer parte da China.

As respostas repressivas de Pequim à busca dos habitantes de Hong Kong pela democracia alarmaram ainda mais habitantes da ilha.

Todos os indícios mostram que os líderes chineses continuarão sua política intransigente, em relação a Taiwan.

A paz mundial dependerá dessa eleição de Taiwan.

Por isto, o mundo aguarda os resultados.

 

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