Postado às 16h58 | 30 Nov 2020
Ney Lopes
Acabou a eleição municipal. Agora é “pé no chão” e enfrentar as dificuldades do “day after” (dia depois), que desafiam o governo.
A “agenda econômica” está paralisada e precisa andar. As PECs Emergencial e do Pacto Federativo ficam para 2021, e não se sabe ainda se vão conter as medidas para financiar um novo programa de distribuição de renda.
O Plano de recuperação fiscal dos estados enfrenta obstáculos. O “tzar” da economia contesta a ideia de a União entregar bilhões aos estados, suspendendo o pagamento de dívidas.
A reforma tributária pouco se fala. Enfrenta a oposição do setor de serviços, que alega perdas com a unificação de impostos. Teria sido acenado à oposição a promessa de incluir no texto a tributação de lucros e dividendos.
Em matéria de reforma administrativa não foi dado um passo na tramitação. Como só tem maiores efeitos para os futuros funcionários públicos, não é prioridade. Há esforço para votar ainda este ano o projeto que acaba com os supersalários, regulamentando o teto dos vencimentos. A lei do gás está parada no senado.
Os problemas aumentaram com o apagão do Amapá. Há pressão para incentivar a construção de uma rede de gasodutos no interior. O governo é contra. A autonomia do Banco Central parou na Câmara.
Uma dificuldade à vista é se o STF obrigar o governo apresentar um plano de vacinação contra a covid-19. O Presidente mostra-se favorável ao “liberou geral” como forma de reaquecer a economia.
Enquanto isso, o déficit nominal vai chegara R$ 305 bilhões até abril e o governo terá que fazer emissões.
O maior desafio é que com tamanhos “pepinos” acabou a eleição municipal, mas já se inicia a campanha presidencial para 2022.
É o caso de repetir Vinicius: “E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu”!