Postado às 06h18 | 26 Abr 2020
Ney Lopes
O caldeirão continua a ferver no governo federal. Trata-se da possibilidade do “fim” da “carta branca” dada por Bolsonaro ao seu Ministro da Economia, Paulo Guedes, que se mostra incomodado. No início do governo, o Presidente anunciou a “porteira fechada” do “superministério da Economia”, que começou “extinguindo” os Ministérios da Indústria, Comércios e Serviços, Fazenda, Desenvolvimento e Gestão, Planejamento e Trabalho, unificando-os sob o seu comando único, além de receber autonomia para indicar os presidentes das principais estatais.
Nunca na República eram dados tantos poderes à economia. Recentemente, o “tzar” da economia é abalado com o anuncio do novo programa ‘Pró-Brasil’ à sua revelia e com o protagonismo dos ministros Tarcísio Freitas, Braga Netto e do potiguar Rogério Marinho.
Os principais pontos da proposta são gerar emprego e recuperar a infraestrutura do país, envolvendo gasto de R$ 250 bilhões, com R$ 30 bilhões de investimento público. A região mais beneficiada seria o Nordeste. Guedes acha que o projeto significará aumento de gastos, fortalecimento do Estado e menor participação da iniciativa privada nas ações programadas. Isso é tudo que o seu ideário liberal ortodoxo rejeita.
É previsto que o programa de origem petista Minha Casa Minha Vida poderia mudar de nome para Casa Verde Amarela. Na última sexta, 24, foi duro o encontro de Guedes com o seu “ex-pupilo” Rogério Marinho, que foi classificado por ele como “desleal”, pelo simples motivo de, na condição de Ministro da Integração, ter apoiado a proposta do General Braga Neto e do ministro Tarcísio Freitas. Não há como negar que Guedes se excede. Carrega consigo o “rei na barriga”.
Porém, ele precisa lembrar, que Bolsonaro foi convencido por Rogério Marinho, de que o “Pró Brasil” carreará os votos das camadas mais pobres, sobretudo no Nordeste, na caminhada da reeleição presidencial. Por razões diversas, já foram defenestrados Onix (voltou de forma subserviente), Manetta, General Santos Cruz e por último Moro.
Será Guedes o próximo?