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Análise: "Deus salve a América!"

Postado às 05h59 | 07 Nov 2022

Ney Lopes

As eleições de amanhã, 8 de novembro, nos Estados Unidos terão um enorme impacto nos rumos da nação, no destino do indivíduo e do partido atualmente no poder na Casa Branca.

O presidente, Joe Biden, não disputa votos, mas essas eleições de meio de mandato decidem quem controla o Congresso, bem como as legislaturas estaduais e governos estaduais.

A subida dos preços dos combustíveis, as taxas de criminalidade preocupantes e a subida geral do custo de vida são motivos de preocupação para os democratas.

O risco é o crescimento da mobilização no estilo fascista, que vem sendo liderada pelo ex-presidente Trump, cujo objetivo é voltar à presidência em 2024.

A violência protagonizada por grupos ou indivíduos ligados ao multimilionário nova-iorquino, recordam episódios deploráveis como a invasão do Capitólio a 6 de janeiro de 2021, as ameaças de morte endereçadas aos magistrados que decidem contra os interesses de Trump, os ataques aos postos do FBI e o recente assalto à casa da speaker da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi (cujo marido foi agredido e hospitalizado).

Trump lidera grupos fanatizados.

Esses fatos indicam, que os resultados de amanhã poderão indicar o risco que corre a democracia americana.

Cinco dos mais reputados historiadores americanos, em análise recente, concluíram que as circunstâncias atuais se assemelham às que se viveram nos períodos imediatamente anteriores à Guerra Civil do século XIX e à II Guerra Mundial, com o surgimento de grupos a favor dos partidos fascistas europeus.

Seria a proximidade de uma inevitável ruptura, com a presença do trumpismo ameaçando a legitimidade das instituições, propagando descrença no processo eleitoral e liderando rebelião na sede do legislativo norte-americano, com danos materiais.

A pergunta é se o sonho americano de liberdade estaria à beira do abismo.

Esse sonho é hoje traduzido no poema “The New Colossus”, inscrito no pedestal da Estátua da Liberdade, onde se lê:

 “Dai-me os vossos fatigados, os vossos pobres, as vossas massas encurraladas ansiosas por respirar liberdade”.

 Esses versos contrariam a atual proposta dos seguidores de Donald Trump, cujo sonho é de uma América menos liberal, carregada de sectarismo, comprometida em elevar o racismo e o antissemitismo.

A essa altura, resta repetir: “Deus salve a América! ”

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