Postado às 19h58 | 06 Abr 2024
Ney Lopes
O especialista em aviação Antonio Buscardini publica artigo na imprensa europeia, no qual menciona a competição atual entre as empresas BOEING e AIRBUS no mercado aéreo.
Ele revela que a BOIEGN enfrenta uma crise de reputação, deixando oportunidade para a Airbus, uma espécie de joia da coroa da aviação europeia, que vem conquistando o seu lugar.
A “gigante” americana” enfrenta sérias turbulências, fruto dos consecutivos escândalos ao nível de acidentes e falhas técnicas.
Em 2019, todas as aeronaves Boeing 737 Max ficaram paradas durante um ano e meio, após dois acidentes que ocorreram com intervalo de 6 meses.
Em janeiro, uma porta de saída de emergência de um Boeing 737 Max 9 explodiu logo na primeira descolagem, durante um voo da Alaska Airlines.
A empresa não cumpriu os requisitos de controle de qualidade, o que deu vantagem à Airbus, possibilitando que esta fornecesse três vezes mais aviões durante a pandemia do que a Boeing.
Outro Boeing 777-200, de um voo da United Airlines, que decolava de São Francisco, deixou também cair uma roda enquanto voava, danificando vários automóveis.
John Barnett, ex-funcionário da Boeing, trabalhou na empresa 32 anos e faleceu recentemente.
Ele moveu contra a Boeing, em 2019, quando era gestor de qualidade dedicado ao modelo 787 Dreamliner, no qual começou a notar graves problemas, um deles presente no sistema de oxigénio dos aviões, revelando que em caso de emergência, uma em cada quatro máscaras de oxigénio, não funcionaria. A Boeing negou sempre as acusações.
Assim, as ações da Boeing foram caindo, fazendo com que o seu principal concorrente europeu –AIRBUS -, atingisse níveis recordes.
A diminuição da confiança nos aviões da Boeing, devido à insegurança e a grandes atrasos nas entregas, também se revela no número de pedidos de aviões.
Assim, no fim de 2023, a Boeing tinha uma carteira de aviões encomendados de 5600, enquanto a carteira da Airbus contava já com 8598 pedidos.
A essa altura, surge o aperto da “ameaça chinesa” no mercado da aviação global.
O C919 da Comac apresenta-se ao mundo, procurando fazer concorrência aos dois gigantes da aviação.
Este é o segundo avião de passageiros bimotor, completamente desenvolvido na China
Mas, será que tem qualidade?
Será que podemos confiar neste avião chinês?
Apesar de promissor, o C919 ainda tem um longo caminho a percorrer antes de ser considerado internacionalmente alternativa confiável.
A fabricante do C919 projetou muitas das peças do C919, mas alguns de seus principais componentes ainda são fornecidos pelo Ocidente, inclusive o motor.
Tanto a Boeing, como a Airbus deverão estão atentos aos ventos vindos de Pequim.
Os líderes chineses pretendem transformar o país em criador de tecnologia lucrativa.
Pelo que se observa, o futuro da aviação passará a ser uma competição literalmente por um lugar no céu!