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Análise: "Como americanos superaram maior crise do capitalismo"

Postado às 06h15 | 29 Out 2023

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Ney Lopes

Numa hora que se fala tanto de crises nas economias mundiais, relembra-se a crise de 1929, quando os EUA já era a maior economia do mundo.

Hoje – 29 de outubro – fazem 94 anos da “Grande depressão” americana, uma lição para enfrentar momentos de tensão nas economias de livre mercado.

O fato histórico sugere reflexões sobre como enfrentar e debelar esses fenômenos, que na atualidade são frequentes.

A Crise de 1029 foi a maior da história do capitalismo.

Foi causada pela superprodução, falta de regulação da economia, excesso de crédito e pela bolha de especulação.

Teve início com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em outubro de 1929 na chamada Terça-feira Negra, quando os investidores negociaram cerca de 16 milhões de ações na Bolsa de Valores de Nova York, em um único dia.

Do dia para noite, ações de bancos e empresas ficaram completamente desvalorizadas, o que provocou a falências e o consequente desemprego de cerca de 12 milhões de americanos.

Esse período durou aproximadamente até 1933, e é comumente lembrado como um dos momentos mais difíceis das economias globais.

O democrata Franklin Delano Roosevelt, eleito presidente, enfrentou a crise.

Ele não recorreu a medidas de entregar ao mercado às soluções.

Ao contrário, o seu programa pretendia ampliar a intervenção do estado na economia, ao regular as transações econômicas e a produção.

Nascia o “New Deal” (Novo acordo), que visava o controle da produção agrícola e industrial.

Paralelamente, empregos foram gerados com a realização de obras públicas, como a construção de escolas e aeroportos.

A crise dos Estados Unidos provou que as economias no mundo são interligadas e os efeitos negativos se espalham como epidemias.

No caso do New Deal americano, o Brasil pagou elevado preço econômico.

Isso porque, o Brasil era responsável por cerca de 70% do café comercializado no mundo.

Os Estados Unidos era nosso principal comprador, sendo responsável por cerca de 80% da produção.

Com a queda na demanda por café, o Brasil enfrentou o mesmo problema dos EUA: excesso de mercadoria e falta de consumidor.

Com isso, houve a queda brusca nos preços do café, que chegou a cair aproximadamente 90% no mercado internacional.

Roosevelt, no trabalho de reconstrução da economia americana, tomou uma decisão fundamental.

Ele negociou com sindicatos, financistas, empresários e setores burocráticos do governo, a fim de estabelecer ajustes e limites de preços e salários.

Manteve a liberdade de mercado, mas não deixou de exercer a indispensável da regulação estatal.

Passados 94 anos, o exemplo da Grande Depressão americana deve ser estudada e analisada, por aqueles que acreditem no capitalismo, não como forma de amealhar lucros a todo custo, mas como meio de atender também as carências sociais da população.

 

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