Postado às 06h13 | 20 Nov 2022
Ney Lopes
Hoje, às 13 horas, começa a Copa do Mundo do Catar, a mais controvertida da história do futebol.
Tudo teve início com uma reportagem do jornal britânico The Sunday Times, em 2014, apontando que o Catar pagou mais de US$ 5 milhões (quase R$ 27 milhões no câmbio atual) em propinas para garantir o apoio da Fifa à sua candidatura como país-sede do Mundial.
Muitos fatos se comprovaram e ocorreram prisões de dirigentes, desde 2015, inclusive brasileiros, movidos por interesses e dinheiro.
Desde 2010, quando o Catar se tornou candidato a país-sede da Copa, pelo menos 6,5 mil trabalhadores que construíam os estádios no país morreram, segundo levantamento do jornal britânico The Guardian.
A grande maioria – ou todos eles – eram migrantes.
O país árabe só assume 37 dessas mortes.
Não é novidade que migrantes que trabalham no Catar, seja na construção civil ou nos trabalhos domésticos, vivem em condições precárias, incluindo inúmeros relatos de escravidão moderna.
Confirmam-se também abusos contra as mulheres e contra a comunidade LGBTQIA+, que é um grupo de indivíduos, reunindo lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e assexuais.
A escolha do Catar para sediar o mundial desencadeou acusações de suborno, corrupção e histórias sobre desrespeito de direitos humanos no país.
A decisão foi mais por motivos políticos e financeiros do que esportivos.
Enquanto isso, o interesse da FIFA é que nos seus cofres transbordarão em 2022 mais de 600 a 700 milhões de dólares de receita, além do lucro obtido em 2018, quando a entidade encaixou 5,3 mil milhões de dólares.
A venda de direitos televisivos gerou mais 200 milhões de dólares para a FIFA, quando comparada com 2018.
Também os contratos de publicidade fizeram entrar nos cofres da entidade mais 200 milhões de dólares do que na Rússia, ao passo que os bilhetes e pacotes VIP trarão entre 200 a 300 milhões de dólares a mais do que o verificado em 2018.
Neste contexto, o Brasil tentará o hexa campeonato.
A prática do futebol em nosso país vem de 1894, quando um estudante paulista Charles Miller retornou da Inglaterra trazendo na bagagem uma bola, uniformes e um livro com as regras.
No começo, apenas a elite praticava o esporte.
Depois popularizou-se.
De hoje em diante é torcer pelo Brasil e evitar que as manchas de intolerância e corrupção, que pairam sobre a imagem do Catar, ofusquem a maior festa do futebol mundial.