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Análise: "Paz no Planalto"

Postado às 16h58 | 21 Mai 2020

Winston Churchill

Ney Lopes

“Um dia de paz e entendimento” disse o governador Doria, após a reunião com presidente, quando foram debatidas medidas de enfrentamento à pandemia, que coloca o Brasil em terceiro lugar no mundo em número de casos, com quase vinte mil mortos.

Sempre achei, que um dos maiores entraves à governabilidade de Bolsonaro (que conheci em convivência no Congresso Nacional) seria ele próprio e o seu grupo próximo convencerem-se, de que a vitória expressiva na eleição, não ressuscitara a revolução de março de 1964.

Pelo estilo e conduta, tanto na campanha, quanto no governo, o presidente imaginou que não necessitaria conviver com o Congresso (classe política) e o Judiciário, mas sim que esses poderes iriam teme-lo e terem comportamento dócil, com aceitação de tudo que o Executivo pretendesse executar. Isso porque, as urnas deram forte recado de rejeição à corrupção e aos desmandos do PT. Bolsonaro e o seu grupo acharam que proclamar o combate à corrupção seria suficiente para governar. Caso o STF, ou Congresso não cumprissem os desejos do Planalto, o povo enfurecido nas ruas chegaria a ruptura institucional.

Mas, não foi bem assim. 

Com a tragédia da pandemia, a governabilidade ficou ameaçada. Instalou-se verdadeiro “disse me disse”, diante das gravíssimas discordâncias, entre os poderes, presidente, governadores e prefeitos. Mesmo com esse clima instável, as instituições democráticas brasileiras mostraram maturidade.

O encontro virtual de hoje comprova isto, evidenciando que o único meio de construção da Paz e Estabilidade democrática é através dos políticos. A vídeo conferencia foi o resultado da ação política de Rodrigo Maia e Alcolumbre, com apoio dos seus pares e partidos.

Não se viu unanimidade, até porque Nelson Rodrigues tem razão, ao dizer que “toda unanimidade é burra”. Observou-se alívio geral da Nação, cujo desejo é que dure muito tempo e não haja percalços.

A “classe política”, ao promover o entendimento entre o presidente, governadores e prefeitos, sem adesismos ou perda de personalidade, ajudou Bolsonaro e a Democracia, fazendo com que o grande derrotado seja o “coronavírus” e não o Brasil.

 

 

 

 

 

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