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Análise: "China quer a liderança global"

Postado às 05h58 | 22 Mai 2023

Ney Lopes

Analistas internacionais acreditam que o confronto entre os Estados Unidos e a China pode ser comparado a uma nova Guerra Fria, em que os dois países disputam a hegemonia global.

Uma década depois de assumir a liderança da China e no início do seu terceiro mandato, Xi Jinping revela a intenção clara de construir a nova China global.

O país não quer ser voz discreta no mundo.

É uma China disposta a contestar de forma aberta a liderança norte-americana na ordem liberal internacional.

A China aposta numa política externa, que garanta o desenvolvimento e crescimento económico do país.

Em pouco mais de duas décadas, tornou-se a segunda maior economia mundial.

Se será ou não a primeira daqui a mais uma ou duas décadas, ninguém sabe ainda.

O ano de 2001 foi crucial com a entrada da China na Organização Mundial do Comércio e a sua integração de fato na economia mundial.

E marca também o momento em que o Governo chinês começa ativamente a promover a internacionalização das empresas chinesas e o investimento nacional fora de fronteiras.

Hoje, a China é a líder global na produção industrial e na investigação em setores tecnológicos essenciais, a maior exportadora de mercadorias, o principal destino de investimento direto estrangeiro e o segundo maior investidor internacional e possui bilhões de dólares em reservas.

A crise financeira de 2008 que afetou em particular os Estados Unidos e a União Europeia não só veio fortalecer o papel da China como abriu novas oportunidades para a expansão dos seus interesses econômico-comerciais no continente europeu e norte-americano,

Nunca o mundo exterior interessou tanto à China como nos tempos atuais.

A era de Xi Jinping conduz a política global, com base nos princípios da legitimidade, soberania, riqueza, poder, liderança e ideias.

O controle do Partido Comunista Chinês (PCC) sobre a economia e sociedade chinesa nunca pareceu tão grande como agora.

Isso é evidente na máquina estatal, que é responsável pela implementação das políticas públicas.

Com todo esse aparato, a China parece não ter ainda suplantado o poder dos Estados Unidos.

Terá que mostrar muito trabalho se quiser concretizar a “liderança global” do “grande rejuvenescimento da nação”.

Segundo o planejado, isso ocorreria .no dia 1º de outubro de 2049, data que o país comemorará 100 anos da proclamação da República Popular da China, por Mao Tsé-Tung.

 O “sonho” será fruto de uma estratégia pré-definida e de uma política realista.

Enquanto isso, o que prospera nos dias atuais é a guerra fria.

Não se sabe o final dessa disputa.

 

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