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Análise: "China e Rússia desafios para Biden"

Postado às 04h56 | 24 Nov 2020

Ney Lopes

Na política internacional a maior interrogação é como serão as relações da China com Estados Unidos, no governo Biden.

Os prognósticos são de que haverá continuidade nas restrições à China, porém o estilo do novo presidente será diferente. O mais curioso é saber se Pequim está feliz com a derrota de Trump, que em quatro anos moveu guerra comercial contra a China, aplicou uma série de sanções ao país e tentou culpá-lo pela pandemia do coronavírus. Os sinais são de que as autoridades chinesas estão decepcionadas.

A “torcida” era pela vitória de Trump. As razões seriam o fato de permanência da divisão interna na América e o isolacionismo no exterior. Para a China, Trump significaria o declínio do poder dos EEUU. A administração Biden dá sinais de diálogo, com a nomeação do novo Secretário de Estado, que vem do governo Obama. Isso permite concluir, que a Casa Branca terá visão mais ampla, conjugando competição e cooperação com Pequim.

No plano comercial, a estratégia democrata será aumentar o arco de alianças comerciais para lidar com os chineses.

Outra incógnita serão as relações entre Washington e Moscou, após Biden ter classificado na campanha que a Rússia é "a maior ameaça" para a América. O mandatário russo certamente não esqueceu que, em 2011, quando era vice-presidente, Biden declarou que se fosse Putin, não se candidataria novamente à presidência: seria ruim para o país e para si mesmo.

Um jornal russo afirmou recentemente que, sob o governo de Trump, as relações EUA-Rússia haviam mergulhado "no fundo do mar". Mas comparou Biden a uma "draga", que iria "cavar ainda mais fundo".

Não é de admirar que Moscou tenha esse sentimento de afundamento. Sem dúvida, China e Rússia serão os dois maiores desafios da política externa do governo Biden.

As estratégias usadas influirão decisivamente nos rumos da Europa, Ásia e América Latina.

Nesse aspecto particular, o Brasil terá que agir com muita habilidade diplomática, diante da posição pessoal do presidente Bolsonaro, que até hoje não cumprimentou o vitorioso Biden.

Esperar para ver!

 

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