Análise: "Carta sobre “sufoco da classe média”
Postado às 07h00 | 17 Jan 2021
Ney Lopes
A propósito do artigo que escrevi “Sufoco da classe média” ( https://bit.ly/2LXDV6S ), publicado no “blogdoneylopes” e na “Tribuna do Norte”, recebi carta do internauta Antônio Bastos, residente em São Luiz-Maranhão, a seguir transcrita:
“Li seu artigo publicado na Tribuna do Norte de Natal e transcrito no seu blog sobre o sufoco da classe média.
Não é pelo fato de ser servidor público federal, atualmente aposentado, depois de 43 anos de serviços prestados ao país, que concordo com a sua opinião, mas, sim, calcado na lógica e na justiça.
Eu sempre entendi e sempre escrevo que Serviço Público não é para enriquecer ninguém, mas remunerar aos que prestam serviços ao país com salários dignos e satisfaçam as suas necessidades básicas e das suas famílias.
Como você afirma, reposição inflacionária não é aumento salarial, pelo menos foi o que aprendi no banco das escolas de ensino médio e da superior. Ou seja: Trata-se apenas de um equilíbrio financeiro, entre a situação anterior e a atual. Nada mais do que isso.
Os exemplos que você citou são verdadeiros e, nós, servidores públicos sentimos na pele.
No meu caso específico, a última reposição que tive foi em 2015/2016, ainda assim abaixo da inflação dos últimos cinco anos para trás. As minhas despesas aumentaram, não porque eu criei novas, mas, sim, pelo aumento nominal delas.
Por exemplo: há cerca de 10 anos atrás, o meu plano de saúde com cobertura de 5 pessoas (Eu, esposa e três filhos e duas netas), representava 12% do meu salário.
Hoje, sem uma filha e as netas, representa cerca de 30% do meu salário. Vai chegar um momento que eu vou ter que optar, entre comer ou pagar plano de saúde.
Portanto, você tem razão, quando escreve que a classe média está em extinção. Aliás, os cretinos dos canhotos querem isso e igualar todos nós pela pobreza, como fez a Dilma quando mudou o conceito de classe média baseado na renda achatada.
Para eles, uma pessoa com renda de R$450,00 é considerada Classe Média.
É um deboche.
