Notícias

Análise: "Brasil e China: “pés no chão”

Postado às 17h40 | 29 Jun 2020

Ney Lopes

Donald Trump e Xi Jinping, mesmo diante de uma pandemia letal, não parecem dispostos a conduzir entendimento cordial entre os Estados Unidos e a China, visando plano global para enfrentamento dos efeitos do vírus. Tal fato, segundo análises recentes, geram desequilíbrio geopolítico no momento.

A maior potência mundial é os EUA e a economia que mais desenvolve é a China. A economia chinesa equivale a dois terços da economia americana. Os gastos militares dos Estados Unidos são três vezes maiores do que os da China. Pelo visto, os Estados Unidos continuarão liderando o cenário global.

A grande diferença é que Tump tem que se submeter às regras da democracia, enquanto Xi Jinping, usa a pandemia para concentrar mais poder. Aliás, essa estratégia de ampliar poderes, alegando a catástrofe que atravessamos, acontece na Hungria e Filipinas. Porém, as melhores respostas à emergência sanitária foram dadas por governos democráticos, da Nova Zelândia, Coreia do Sul e Alemanha. O que se percebe é que o novo coronavírus desconhece fronteiras e por isso escancarou a urgência da cooperação internacional.

O país que criar conflitos internacionais pagará preço mais alto. Aí mora o perigo, em relação ao Brasil, pela política externa, contrária ao multilateralismo.

Um dos maiores riscos é o alinhamento automático de Bolsonaro às ideias do presidente Trump.Por exemplo: o presidente americano compra a briga com a China, por lhe convir comercialmente. Entretanto, o Brasil só perde. Perdemos quando o ex-ministro da Educação do Brasil posta que o vírus é ”chinês” e o deputado federal Eduardo Bolsonaro faz ofensas aos chineses. Qualquer atitude xenófoba e racista, como nos casos citados, traz prejuízos incalculáveis, sobretudo à nossa recuperação econômica.

A hora é de mudar o comportamento de política externa e colocar os “pés no chão”.

Estados Unidos e China são potencias e podem perder. Nós não!

 

Deixe sua Opinião