Postado às 17h27 | 10 Jul 2020
Ney Lopes
Joe Biden, candidato à presidência dos EEUU, avança nas pesquisas e já alcança margem de 14% sobre o Presidente Donald Trump (50% a 36%). O democrata foca a sua campanha no combate as insanidades praticadas pelo seu adversário, em nome de um nacionalismo xenófobo, sob o lema “América em primeiro lugar”.
Ele já anunciou que anulará "no primeiro dia" da presidência a decisão de retirada do país da OMS. Em discurso recente, Biden afirmou que Trump beneficiou a Bolsa e as grandes empresas, frustrando as famílias e os assalariados. Em uma frase, resumiu a bandeira democrata nesta eleição, ao anunciar: “Temos que acabar esta era de capitalismo dos acionistas. A ideia de que a única responsabilidade de uma empresa é com seus acionistas é uma farsa absoluta. Elas têm uma responsabilidade com seus trabalhadores, sua comunidade e seu país”.
Os republicanos buscam, como alternativa, estimular o nacionalismo dos americanos, sendo contestados pelos opositores, em 2018 houve recordes de recompra de ações e de baixa arrecadação vinda das empresas nativas. Em 2019, o setor industrial dos EUA estava em recessão, e a guerra tarifária com a China acabou contribuindo para o declínio das exportações.
Diante da catástrofe epidêmica, a sensação dos americanos é de que a nação vive outra Grande Depressão. Por tal motivo, as eleições significarão “endireitar o navio”, face a destruição do emprego e a suspensão da atividade econômica. Nessa linha, Biden lançou o seu slogan “Reconstruir Melhor”.
Outro ângulo da campanha é criticar Trump, pela forma como enfrentou a pandemia, ignorando a realidade durante meses e minimizando sistematicamente a situação. Já há 130.000 mortos pelo novo coronavírus e o país bate seu recorde de novos casos por dia.
Não há dúvida, de que o resultado da eleição americana irá ditar as principais regras para que o mundo enfrente o grande desafio da reconstrução, após vencer a pandemia.
Pergunta-se: como ficará o Brasil, diante da vitória do democrata Biden e os atuais extremismos conservadores do presidente Bolsonaro, em apoio ao “amigo” Trump?