Postado às 16h03 | 10 Dez 2020
Ney Lopes
Hoje, quinta-feira, 10, é comemorado o Dia Internacional dos Direitos Humanos, em referência à data em 1948, quando a ONU instituiu a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
O documento é um dos mais traduzidos da história, e traz 30 artigos que versam sobre os direitos assegurados a todos os seres humanos, como a vida, liberdade e dignidade. O documento veio três anos depois da fundação da ONU, em 1945, no contexto do pós-Segunda Guerra Mundial.
Na ocasião, os países europeus tentavam se reerguer dos destroços que sacramentaram a derrota da Alemanha nazista. Em linhas gerais, a declaração descreve os deveres e direitos que todos os países-membros da ONU se comprometem a promover.
Ao longo dos 30 artigos, há referências, por exemplo, a vedação a prisões arbitrárias, o direito a ser reconhecido como pessoa perante a lei e a proibição de práticas de tortura e castigo. Centenas de países cometeram violações no ano de 2019, segundo o relatório da organização não governamental Human Rights Watch.
Na 30ª edição do relatório, o principal destaque negativo foi a China, seja pela repressão a minorias muçulmanas ou censura. O Brasil também foi criticado pelo esvaziamento de agências ambientais de combate ao desmatamento, encarceramentos em massa e ataques a mulheres e grupos LGBTI.
O Brasil tem protagonismo especial na história dessa Declaração. Em 1978, o artista plástico brasileiro Otávio Roth inaugurou uma exposição com a versão artística do documento no Palais des Chaillot, na França. Eram 30 xilogravuras ilustrando a ideia geral de cada artigo, que também foram expostas no mesmo ano em outros lugares no mundo.
Três anos mais tarde, o trabalho foi montado de forma permanente nas sedes da ONU de Nova York, Genebra e Viena.
Nascido em São Paulo, em 1952, Otávio Roth estudou fotografia, e cursou comunicação e marketing na ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) e desenho gráfico na Hornsey College of Art, em Londres.
Seu engajamento político por meio da arte rendeu parcerias com a ONU, como a coleção de xilogravuras. (Dados de artigo de Natan Novelli Tu)