Postado às 06h14 | 06 Ago 2020
Ney Lopes
Dani Rodrik é economista turco, com PhD em Harvard. Em estudo, ele sugeriu “regras” para no século XXI os governos distribuírem incentivos, isenções e juros subsidiados para as empresas privadas. A seguir, em resumo, o pensamento de Rodrik.
Os incentivos públicos só devem contemplar novas atividades econômicas para contribuir com novas oportunidades, no sentido de desenvolver novos produtos e novas tecnologias. Atividades já praticadas, não devem receber subsídios e incentivo,
Metas de sucesso ou fracasso devem ser claramente e cumpridas.
Muitas das novas atividades, irão falhar. A questão chave é abandonar o quanto antes essas atividades que falharam e partir para outras opções.
O maior perigo são negócios sem viabilidade, que passem a ser sustentados pelo Estado, à base de subsídios e tarifas, sem adicionar qualquer ganho à sociedade.
Todos projetos devem ser temporários e envolver clausulas de termino definidas.
Por exemplo: ao invés de estimular o setor de turismo, o governo deveria promover o aprendizado e a capacitação bilíngue, que pode beneficiar variados setores.
As atividades subsidiadas devem envolver efetivos avanços tecnológicos e gerarem aprendizado para a economia.
Os funcionários que dirijam essa política de incentivos devem ter notória qualificação, para afastar a incompetência.
Esses órgãos de governo devem ser dirigidos por pessoas de alta hierarquia na administração, para evitar possível corrupção da agência pública e ajudar a protege-las das influencias e interesses do setor privado.
As agências que realizam a promoção das políticas públicas devem manter canais de comunicação abertos com o setor privado. Isto permitirá, que os funcionários públicos tenham boa base de informações sobre a realidade corrente dos negócios, sem a qual a tomada de decisões acertadas seria impossível.
As atividades de incentivo industrial precisam ter a capacidade de renovar-se e reinventar-se, visando novas descobertas produtivas e mudanças ao longo do tempo.
Bons conselhos, numa hora em que o Brasil se prepara para reconstruir a economia, após a pandemia.