Postado às 05h50 | 16 Out 2022
Ney Lopes
Hoje, às 20 horas, na BAND, o debate entre os dois candidatos à presidência Lula e Bolsonaro.
Caso bem conduzido e aproveitado, o debate é um meio de valorizar a escolha democrática.
Sempre defendi que a legislação eleitoral deveria transformar uma parte do horário gratuito em debates permanentes entre os candidatos majoritários, com tempo igualitário.
Isto permitiria ao eleitor conhecer os mais capazes, eliminar a mediocridade dos despreparados, vazios, sem ideias e propostas viáveis.
Cheguei a apresentar projetos de lei – adormecidos na Câmara dos Deputados –, que transformariam fração do horário eleitoral, em debates permanentes.
Outra fração seria para as eleições proporcionais.
A justiça eleitoral coordenaria a escolha dos nomes, seleção dos temas, tudo entregue a uma consultoria jornalística contratada para esse fim, com formato de produção totalmente jornalística (perguntas desafiadoras), visando atrair o interesse do telespectador e do ouvinte.
Os mais famosos debates da História ocorreram nos Estados Unidos.
Em 1858, Abraham Lincoln e Stephen A. Douglas reuniram-se em sete ocasiões, para discutir propostas por três horas.
Anos depois, os debates eram realizados no rádio.
Em 1960, John Kennedy e Richard Nixon protagonizaram o primeiro debate presidencial transmitido pela TV.
Em 1980, Reagan e Carter se enfrentaram também ao vivo.
Kennedy e Reagan ganharam as eleições, em razão de terem sido vitoriosos nos debates.
Em 2010, a Inglaterra inovou com debates de noventa minutos de duração, nas três quintas-feiras anteriores à eleição, todos com recorde de audiência.
Na implantação desse modelo, o resultado final mudou inteiramente o quadro eleitoral previsível, diante do excelente desempenho do líder liberal democrata, Nick Clegg, de 43 anos, que obteve expressiva votação.
Até então, o destaque nas eleições inglesas era dos dois partidos tradicionais – trabalhistas e conservadores.
A inovação engrandeceu a democracia e serviu de experiência para o mundo.
Espera-se que os candidatos Bolsonaro e Lula tenham grandeza no debate de hoje e mostrem os caminhos para um futuro melhor do país.
Se assim não agirem, estarão contribuindo para o enfraquecimento da nossa democracia.