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Análise: "Bolsonaristas aplaudem o TSE"

Postado às 06h45 | 01 Nov 2021

Ney Lopes

Recentemente, por unanimidade, TSE decidiu contra o pedido de cassação da chapa Bolsonaro-Mourão.

Todos os sete ministros votaram pelo arquivamento da ação, que acusa a chapa de abuso de poder econômico e uso dos meios de comunicação para disparos em massa.

O fundamento da decisão foi a aplicação das normas de direito vigentes no Brasil.

Por mais que se apontassem indícios, aparências, suposições de uso ilegal das redes sociais, inexistiam provas materiais no processo.

A justiça humana age assim, mesmo existindo erros e equívocos.

Porém, é a única forma civilizada de resolver conflitos numa democracia. Nas ditaturas, “o déspota” e “meia dúzia” de aduladores ordenam, sem defesa, quem é inocente, ou culpado.

A absolvição agradou o grupo dos chamados apoiadores “fanáticos”, “ensandecidos”, radicais do bolsonarismo.

Eles acharam que a justiça foi feita, o que contrasta com o que  pregam e defendem, pondo em risco até a estabilidade institucional. 

Esses bolsonaristas implacáveis diariamente apregoam o fechamento do STF, do TSE, a prisão de juízes e ministros, enfim a desconstituição brusca e radical da justiça brasileira.

Para isso, como autômatos se prestam a postar nas redes sociais “mensagens com o título encaminhadas”, ou sejam, não são de autoria deles, mas recebem de "terceiros" e retransmitem mecanicamente.

Nessas postagens diárias, a justiça e também o legislativo (exceto aqueles que apoiam o presidente) são corruptos, criminosos, petistas, comunistas, esquerdistas e por aí vai.

A insensatez predomina. Não há raciocínio pessoal, juízo crítico, análise.

Apenas acusações contra poderes constitucionais.

Cabe ficar claro, que nem todos os apoiadores e simpatizantes de Bolsonaro incluem-se nessa categoria fanatizada.

Há muita gente de nível e de boa fé, que defende o governo.

A citada decisão do TSE deveria ser uma forma do bolsonarismo sensato “alertar” os sectários, do desserviço que eles prestam a quem chamam de “mito”. A crise brasileira é aguda, com a fome aumentando dia a dia.

O total de favelas dobra no Brasil em dez anos e 20 milhões estão passando fome.

A pandemia trouxe verdadeira tragédia para a economia, gerando desemprego.

Nunca o país exigiu tanta sensatez e equilíbrio dos seus líderes, como no momento atual.

Não será fechando STF ou Congresso, que reconstruiremos a nação. Podem até serem propostas reformas que alcancem esses poderes, todavia pela via legal, nunca pelo arbítrio, desaforos diários e recalques pessoais de pessoas de mal com a vida, que descontam com agressões atingindo a nação brasileira.

Os verdadeiros bolsonaristas devem agir para tentarem conter os ímpetos dos celerados, que hoje aplaudem a decisão do TSE, por ter sido favorável ao seu ídolo.

 As instituições, mesmo com defeitos, devem ser preservadas por serem permanentes e garantia da democracia, cuja construção e aperfeiçoamento é tarefa diária e permanente da cidadania.

Destrui-las é destruir a liberdade coletiva e optar pelo totalitarismo. As postagens diárias dos radicais pregam claramente o fechamento.

Indaga-se: fechar o STF e quem substituiria?

Qual o critério “divino” a ser usado, que evitaria erros em relação ao comportamento dos nomeados?

Seria apenas o critério de ser amigo do rei?

O Congresso não tem “nomeados”.

Apenas eleitos por voto direto. Fechá-lo para quem exercer as funções legislativas?

O que se espera é que o espírito público e o verdadeiro amor ao país prevaleçam.

Essas posições de sectarismo poderão se transformar em defesa com  vigor de  ideias, sem destruir a democracia, cuja construção e aperfeiçoamento é tarefa diária e permanente da cidadania.

É bom deixar claro, que o fanatismo da política brasileira atual não se concentra apenas no bolsonarismo.

O PT e o lulismo são também exemplos típicos vindos de longe, colaborando com o enfraquecimento do diálogo democrático.

Deus abençoe o Brasil para que os líderes assumam as suas responsabilidades, controlem os seus apoiadores fanáticos e o bom senso volte a predominar na política nacional.

Hoje, o quadro é muito difícil.

 

 

 

 

 

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