Postado às 06h13 | 02 Jul 2020
Ney Lopes
Aprovado o adiamento das eleições municipais deste ano, devido à pandemia causada pelo novo coronavírus.
Perdemos a oportunidade de fazer a coincidência de mandatos, através de uma eleição geral em 2022. Unicamente teimosia, defesa de interesses políticos próprios, como a posição contraria do presidente da Câmara, unicamente em razão de não desejar a permanência do seu adversário Marcelo Crivella no RJ e o falso moralismo de alegar convicção democrática. Diante da “força maior” (epidemia), o ajuste político se justificaria, pois, a coincidência” abria a porta para mudanças de natureza ética na legislação, a serem aprovadas durante 2001.
A classe política preferiu agachar-se, azeitar a “burocracia” e os “lobbies” de quem ganha dinheiro com eleição, além de preservar os feudos eleitorais, de quem se sente ameaçado pela prorrogação. Totalmente falso o argumento daqueles que consideram antidemocrática a prorrogação, mesmo diante da “excepcionalidade” da pandemia. A solução seria a emenda constitucional aprovar o “recall” no Brasil.
Essa figura jurídica, usada em muitos países, permitiria a revogação de mandatos de “maus político”, assumindo, o suplente. Não haveria favorecimento à corruptos. O recall é uma “reavaliação” popular, que se antecipa inclusive, a própria justiça.
Mas, a classe política preferiu manter o “mercado persa” das eleições de dois em dois anos e usar o dinheiro público do Fundo Eleitoral, sem nenhum critério, manipulado pelos “donos” de partidos, os mesmos que se opuseram a prorrogação.
Ao contrário da alegação, de que a realização de eleições de dois em dois anos aperfeiçoa a democracia, fazer os pleitos ao mesmo tempo (coincidência de mandatos) seria mais democrático, favoreceria a coerência dos partidos e a governabilidade futura.
A chance foi perdida.
Está definitivamente decretado, que a classe política, na sua maioria, (com exceções), assemelha-se aos “morcegos”, que se alimentam do sangue, encontrado em abundancia no atual cenário de corrupção e desmandos, do quadro partidário e eleitoral brasileiro.
Fazer o que?