Postado às 05h28 | 11 Jan 2023
Ney Lopes
E agora?
Quais as consequências dos atos de vandalismo praticados em Brasília, no último domingo?
Podemos analisar várias.
Em primeiro lugar, a direita não radical precisa encontrar um novo líder.
Bolsonaro auto isolou-se.
A única possibilidade de ressureição seria um desastre total do governo Lula.
Forças Armadas - O episódio demonstrou que o país não é uma republiqueta.
As Forças Armadas deram provas de compromisso com a legalidade democrática.
Mesmo diante de acenos golpistas, elas se mantiveram fieis a Constituição.
Os atos terroristas afastaram os militares dos radicais.
União - Percebe-se que a federação sai fortalecida.
Os governadores atendem apelo do presidente e sentam-se na mesma mesa, o que simboliza união.
O maior exemplo de diálogo democrático é dado pelo governador Tarcísio de Freitas de SP, ao comparecer à reunião no Planalto, convocada pela Presidência.
Estabilidade - A economia dá sinais que não sofreu abalos, pelas reações dos agentes financeiros.
Os índices econômicos se mantêm estáveis.
No primeiro momento, o presidente Lula sai politicamente fortalecido, pela redução da polarização.
Ele age bem na articulação institucional e política da crise. Isso não é definitivo.
Dependerá do comportamento futuro do governo.
Centro-direita - Tornou-se visível, que os radicais não representam os 58 milhões de votos, que Bolsonaro teve nas eleições.
São minoria.
Abre-se um vácuo de poder na política brasileira, que Lula somente conseguirá penetrar se fizer aceno para o eleitorado de centro-direita.
Essa é uma tarefa difícil pelos segmentos radicais do seu próprio partido e aliados como o PSOL e outros.
Presidenciáveis - Para a ocupação dessa posição de centro-direita surgem os nomes dos governadores Romeu Zema (MG), Eduardo Leite (RS) ou Tarcísio de Freitas (SP).
Dos três, Tarcísio de Freitas é o herdeiro natural do bolsonarismo, embora nunca tenha compactuado com o radicalismo.
Ele tem chance de se colocar como liderança nacional.
Instituições - O que se conclui é que o Brasil ao atravessar uma crise dessa proporção, idêntica a invasão do Capitólio nos EUA, demonstra a força inabalável de suas instituições. Bom sinal!
Frase- O padre João Medeiros Filho, inteligência privilegiada da Igreja potiguar, iniciou a sua homilia na missa de ação de graças pela posse dos novos dirigentes do TJ-RN, lembrando a atualíssima frase do Papa Bento XVI, recentemente falecido, proferida num congresso internacional de juristas:
“Não é possível democracia com fome, desenvolvimento com pobreza, paz sem diálogo, nem justiça sem humanismo e laivos de compreensão”.
Bomba – Em apuração sigilosa, a participação de potiguares – pessoas físicas e jurídicas -, por via indireta, no financiamento de grupos radicais do bolsonarismo, inclusive de participantes dos atos terroristas, no último final de semana.
Blitz – O DETRAN-RN tem realizado eficiente trabalho de fiscalização na chamada operação verão.
Não apenas verifica documentação do motorista, mas também a carga do veículo, mesmo particular.
Até contrabando já foi apreendido.
Bolsonaro – Não existe essa história de que o ex-presidente seria extraditado dos Estados Unidos, onde se encontra.
Só é possível pedir a extradição de alguém que responda a algum processo criminal, e o ex-presidente da República não está nesta situação.
Renan Calheiros ao fazer esse pedido “joga para a plateia”.
DF – Não houve omissão do governador de Brasília Ibaneis Rocha nas invasões bolsonaristas.
Ele apenas não foi informado dos fatos.
Nesse ponto, o próprio governo federal também não foi.
Volta - O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que pretende antecipar seu retorno ao Brasil.
Voltará para ser atendido por médicos que já acompanham seu "problema de obstrução intestinal".
Cristiano Ronaldo - Fonte próxima do Al-Nassr, revela que o capitão da seleção portuguesa Cristiano Ronaldo irá ganhar 400 milhões de euros na Arábia Saudita, metade desse valor para promover a candidatura do país, em conjunto com Egito e Grécia, ao Mundial 2030, ao qual Portugal é candidato, com Espanha e Ucrânia.