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Análise: "Alvoroço político na Espanha e Argentina"

Postado às 05h51 | 18 Nov 2023

Ney Lopes

Chega ao fim, a efervescência política na Espanha e Argentina, com as eleições de primeiro ministro e presidente.

Disputas ultra acirradas.

Na Espanha, o processo eleitoral tem particularidades. 

A eleição do último 23 de julho deu vitória de Pirro à direita, que ganhou, mas não levou.

Alberto Feijóo, do PP, de direita, venceu o pleito, mas não conseguiu formar o governo.

Tudo levava a crer, que o atual primeiro ministro Pedro Sanchez, esquerda, após a derrota, não teria chances de formar governo de coalizão e manter-se no poder.

Seguindo a tradição, o Rei de Espanha, Felipe VI, indicou Feijóo para primeiro-ministro, por ter sido o mais votado, que foi rejeitado pelo Parlamento.

Repetiu-se a votação e o socialista Pedro Sánchez, atual primeiro ministro, surpreendentemente ganhou a eleição.

O preço da vitória de Sánchez, que governa o país desde 2018, foi anistiar aqueles que tentaram se separar do país em 2017.

Com isso, obteve os votos necessários no Parlamento.

As concessões feitas incluem o perdão de uma dívida de 15 bilhões de euros e a permissão da autonomia financeira da Catalunha, região que concentra 20% do PIB espanhol e 16% da população.

Direita e o Judiciário contestam o pacto de Sánchez, que já tomou posse ontem, perante o rei Felipe VI.

Na Argentina, realiza-se amanhã, 18, o segundo turno da eleição presidencial.

A campanha foi a mais disputada da história.

Pesquisas mostram empate técnico, com pequena vantagem para Milei, direita. 

Milei formou movimento político popular do nada. 

Massa, esquerda,  conseguiu raspar os escombros de grupo político em decadencia (peronismo)  e tornar-se seu líder virtual.

Massa usa o medo de Milei para se promover na campanha, alegando não saber se ele é um homem inteligente ou um louco.

Com 45% de pobres, 10% de indigentes, de que medo eles falam? Isso é que é o verdadeiro terror” – contesta Milei.

Massa é recusado por eleitores, face o argumento de que ele presidente não resolveria o caos econômico e social, que criou como ministro da Economia.

Observadores identificam um Milei diferente.

De candidato sem partido, passa a ser candidato com partido e agrega rede de líderes do bloco “Juntos pela Mudança”. 

Milei estaria se movendo da direita para a centrodireita.

Massa optou por final discreto de campanha, desvinculando-se do kirchnerismo linha-dura, em um almoço com os principais empresários do país.

Buscou o voto de jovens e da terceira idade.

Milei liderou um comício diante de milhares de pessoas, em Córdoba, segundo colégio eleitoral argentino.

Ele concentrou suas críticas ao kirchnerismo e falou que o país "já está no inferno".

Os votos em branco e as abstenções  não serão como em 1963, quando a ausência de opções – o peronismo foi proibido – fez do voto em branco a primeira opção.

É esperar para ver no futuro, em que dará o alvoroço político da Espanha e Argentina, ocorrido nestas eleições!

 

 

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