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Análise: Agosto chegou!

Postado às 07h04 | 01 Ago 2021

Ney Lopes

Hoje, começa o mês de agosto, considerado fatídico na política brasileira.

É chamado na França, o “mês do cachorro louco”, quando as cadelas entram no cio e os cachorros perdem a cabeça.

Neste mês, os cães são atacados pela raiva, doença virótica, que passam para os humanos.

Também em agosto, dizem as crendices, os humanos acometidos de transtornos mentais, chamados de “loucos furiosos”, entrariam em surto.

Não é científico, mas coincidências ou não ocorreram tragédias no Brasil, durante o mês de agosto.

Vejam-se alguns exemplos.

 Em 5 de agosto de 1954 foi planejado o atentado contra Carlos Lacerda, ferrenho opositor do então presidente Getúlio Vargas. Embora o tiro tenha saído pela culatra, a crise política aumentou, levando ao suicídio de Vargas, no dia 24 do mesmo mês.

Também em agosto, sete anos após a morte de Vargas, ocorreu a renúncia de Jânio Quadros (1961), que estarreceu a nação, ao anunciar a sua retirada do cargo de presidente do Brasil.

Afirmou ele, que deixava o governo por causa das “forças ocultas”.

Pouco antes de morrer, em fevereiro de 1992, Jânio admitiu que a sua renúncia era um blefe, pois achava que a sua saída do poder não seria aceita pela sociedade nem pelos militares.

Nada disso aconteceu.

 Agosto se confirma, como o mês das tragédias nacionais, com a morte do candidato à presidência, Eduardo Campos, no mesmo dia do avô, Miguel Arraes, que faleceu em 2005.

O acidente fatal de Campos aconteceu faltando 11 dias para os 60 anos do suicídio de Getúlio Vargas.

O presidente Juscelino Kubitschek também morreu em agosto de 1976, no dia 22, em desastre automobilístico.

Em 31 de agosto de 2016, o Brasil sofreu mais um golpe político e a Presidenta Dilma Rousseff foi afastada do Poder, depois de um impeachment.

Definitivamente, agosto tornou-se referência fatídica no calendário político do nosso país.

Porém, no mundo também aconteceram fatos inusitados.

Em agosto foi preso e executado o líder dos jacobinos, Robespierre, encerrando o Período do Terror da revolução francesa (1794). 

A Primeira  Grande Guerra e a tomada do poder por Hitler na Alemanha,  ocorreram em agosto

Por fim, os norte-americanos soltaram as duas bombas atônicas em Hiroshima e Nagasaki, neste mês.

O momento atual já é de tragédia, por força da pandemia, que atinge o planeta.

No Brasil, o cenário é instável, atingindo a economia, a política e acentuando as desigualdades sociais.

A crença é que ultrapassemos os sinais de incertezas, com a exata noção de que somente o apelo à “união nacional” será possível de superar esses obstáculos.

Não se nega, que os fatos ligados a agosto são mera superstição.  

Mas, como dizia o personagem do poeta argentino Jose Hernandes, “No creo en Brujas, pero que las hay las hay (Não creio em Bruxas, mas que existem, existem).

 

 

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