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Análise: "Abandono de pequenas e médias empresas"

Postado às 05h59 | 03 Jul 2020

Ney Lopes

Na recuperação econômica após a pandemia há um aspecto que precisa ser analisado, em função de experiências bem-sucedidas no mundo.

O caminho da retomada terá que ser, através do fortalecimento e incentivo às pequenas e médias empresas. No Brasil, em 2019, o segmento foi responsável por abrir 731 mil empregos, contra 88 mil de vagas “fechadas “por médias e grandes empresas.

Nada menos do que 52% dos empregos com carteira assinada vem deste grupo, o que significa o sustento de 16.1 milhões de famílias. Juntos, esses negócios respondem por 27% da economia nacional. Após cerca de três meses de fechamentos, por força do isolamento social, das 6.7 milhões de pequenas empresas que buscaram crédito para se manter, apenas 1 milhão (16%) foram atendidas.

O que se observa é uma luta desigual entre os “pequenos e médios” contra os “grandes grupos” que, através de “lobbies”, conseguem apoio e proteção em vários níveis, inclusive o crédito barato. A MP 944 liberou R$ 40 bi em empréstimos para empresas que não demitam.

O programa liberou até o momento apenas cerca de R$3 bilhões, suficiente para manter até 1.8 milhão de empregos, bem abaixo do necessário. A burocracia é o grande “gargalo”. O mais grave: o próprio Banco Central admitiu que a maior parte do crédito liberado foi para grandes empresas.

Torna-se absolutamente necessário que o governo “abra os olhos” (o “czar” Paulo Guedes não se preocupa com o “andar de baixo) e faça chegar o dinheiro aos pequenos e médios empresários. Para que haja a esperada recuperação, os pequenos e médios empresários precisam ter acesso aos mecanismos de ajuda, sobretudo de crédito.

Se isso não ocorrer, o Brasil continuará na encenação de “panaceias” de desenvolvimento, que só fortalecem àqueles que se aproximam do Poder e dele se beneficiam, com os privilégios de incentivos, isenções e crédito diferenciado dadivosos.

Basta!

 

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