Postado às 06h00 | 17 Mar 2022
Ney Lopes
A ciência se mobiliza para enfrentar a nova guerra que poderá eclodir na humanidade.
Um supercomputador, segundo relatou a conceituada revista cientifica ‘Nature’, identificou mais de 100 mil novos vírus de RNA – incluindo nove coronavírus nunca antes vistos.
Isso ocorreu quando os pesquisadores passaram o “pente fino” em grandes quantidades de amostras biológicas recolhidas na pesquisa.
Uma equipe internacional de investigadores analisou 20 milhões de gigabytes de dados de sequências genéticas de 5,7 milhões de amostras biológicas recolhidas de todos os tipos de ambientes, desde amostras de gelo a dejetos de animais.
A pesquisa revelou 132 mil vírus de RNA – dos quais apenas 15 mil eram conhecidos anteriormente pela ciência – e nove novas espécies de coronavírus.
Com essas informações gerais, os cientistas esperam concluir um trabalho que possa ser usado para acabar com futuros surtos de doenças – e talvez até evitar a próxima grande pandemia.
A ciência atinge uma nova era de compreensão da diversidade genética e espacial dos vírus na natureza e como uma grande variedade de animais interage com esses vírus.
A esperança é que não sejamos apanhados de surpresa como aconteceu com a Covid 19.
O objetivo real é que estas infeções sejam reconhecidas mais cedo e os seus reservatórios naturais, para que não se tornem pandemias.
Investigador independente que trabalhou no projeto declarou, que “Se um paciente apresentar febre, de origem desconhecida, e com o sequenciamento do sangue, podemos agora associar esse vírus num banco de dados muito maior de vírus existentes.
“Um paciente que apresenta uma infeção viral de origem desconhecida em St. Louis, nos Estados Unidos, podemos pesquisar no banco de dados em cerca de 2 minutos e conectar esse vírus a, por exemplo, um camelo em África subsaariana cuja amostra remonta a 2012”, revelou o cientista.
O supercomputador utilizado nesta pesquisa tem uma capacidade computacional de 22.500 CPU.
Equipamento tradicional levaria mais de um ano para realizar a mesma análise.
No entanto, esse projeto concluiu o trabalho em 11 dias.
O “vírus” se assemelha às armas mortíferas das guerras e cabe a ciência combate-lo e erradicá-lo.