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Análise: "A guerra mundial do pão"

Postado às 05h36 | 06 Jun 2022

Ney Lopes

O saudável “pãozinho” do café da manhã caminha para tornar-se cada dia mais escasso.

Começou a chamada “guerra mundial do pão”, com o bloqueio de cereais na Ucrânia e o consequente “risco de novos conflitos na África, com a proliferação de organizações terroristas e golpes de Estado.

Há 300 milhões de toneladas de cereais bloqueadas nos portos ucranianos pelos barcos de guerra russos.

A agência das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura já alertou para as consequências desta guerra na segurança alimentar em todo o mundo, considerando que Rússia e Ucrânia são os maiores produtores de cereais do planeta.

As perspectivas “são sombrias” e a sobreposição de crises torna a situação muito perigosa.

Só na península da Somália há cerca de 15 milhões de pessoas que correm o risco de fome aguda devido à seca severa e ao aumento dos preços da comida.

O número de pessoas desnutridas em todo o mundo — se houver uma interrupção prolongada das exportações de trigo, fertilizantes e outros itens da Ucrânia e da Rússia — pode aumentar em entre oito e 13 milhões de pessoas em 2022/23, atingindo a região da Ásia-Pacífico, seguida pela África subsaariana, Médio Oriente e Norte da África.

A comunidade internacional terá que se mobilizar ainda mais para garantir a disponibilidade de alimentos em regiões de insegurança alimentar, mantendo as cadeias de abastecimento agrícolas e assegurando acesso aos alimentos, além de prevenir, a todo o custo, os déficits das colheitas, facilitando o acesso, em particular dos pequenos agricultores, a sementes, fertilizantes e combustível.

No momento, o bloqueio das exportações de cereais da Ucrânia e da Rússia e grande escassez de fertilizantes essenciais — provocados pela guerra – já provocam impacto global adverso dramático e vão agravar em curto prazo o estado global da nutrição.

Existem tentativas de desobstrução dos portos ucranianos e criação de “corredores marítimos” para o transporte de trigo.

Foi solicitado a Putin o desbloqueio da exportação de cereais a partir da Ucrânia, incluindo os portos do Mar de Azov, como Maripol, ocupados pela Rússia.

O presidente Putin respondeu que somente haverá exportação de cereais, se o Ocidente levantar as sanções que impôs à Rússia pelo ataque à Ucrânia.

Realmente conjuntura política e econômica que significa um alerta para crise de fome que se avizinha em todo o mundo, com o aumento sem precedentes do preço dos alimentos.

Neste contexto, o Brasil não será exceção.

Que Deus nos proteja!

 

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