Postado às 06h54 | 06 Dez 2020
Ney Lopes
A consultoria “Boston Consulting Group” prevê que somente em 2023 ou 2024 as viagens voltem aos níveis de 2019.
O turismo vai precisar recuperar-se tanto a nível econômico como psicológico. O fenômeno envolverá resorts em expansão, empresas de cruzeiros, agências de viagens online e companhias da aviação. A recuperação somente ocorrerá, quando efetivamente existir a vacina, que mate o vírus e combata os atuais efeitos psicológicos nocivos.
O estudo admite, que possam existir mudanças de comportamento e o setor de turismo avance mais rapidamente. Isto porque, as pessoas são atraídas pelas viagens, que oferecem experiências únicas. Porém, há muito caminho a ser trilhado até que volte o planejamento das viagens de “suas vidas”.
A hipótese é que, numa fase inicial, os turistas vão procurar destinos e experiências mais próximos das suas localidades. Esta prática surge no sentido oposto ao que ocorria antes da pandemia da Covid-19, onde eram procurados safaris, aventuras em ilhas privadas e cruzeiros, experiências diferentes e emocionantes. Viagens nessas circunstancias agregavam a faixa etária dos indivíduos com mais de 55 anos. Essas pessoas agora compõem grupo de risco. Esses idosos não viajarão por vários anos, ou talvez nunca mais
A idade é definitivamente um influenciador do retorno do lazer de longa distância - e dos cruzeiros de longa distância. Esse mercado vai demorar a recuperar.
A definição de luxo mudou e priorizam-se agora os espaços privados. Estatisticamente, apenas 9% das pessoas estão preocupadas em apanhar Covid no seu dia a dia. Todavia, cerca de 48% estão preocupados em ficar infetados no decorrer de uma viagem.
No uso dos hotéis, por exemplo, ainda há muito medo, especialmente no que toca aos aposentos e elevadores.
Embora os hotéis possam aumentar a procura com promoções em certos mercados focados em lazer, isso não se traduzirá em preços baixos - especialmente no que diz respeito a passagens aéreas.
A grande conclusão é que a pandemia mudou os hábitos de consumo do mundo.
O turismo enfrenta a sua crise mais dramática.
Ninguém sabe o que virá depois!